Em Brumadinho, um ritual de dor e angústia se repete para muitas as famílias
Psicólogos e assistentes sociais fazem plantão nos locais para dar apoio às famílias

© REUTERS
No nono dia de buscas, em
Brumadinho, nos arredores de Belo Horizonte (MG), um ritual de dor e
angústia se repete para muitas famílias. São pessoas que aguardam
notícias de seus parentes desaparecidos. Homens, mulheres e crianças que
ficam horas olhando para um mar de lama e que diariamente vão à Central
de Informações para checar a lista de identificados.
Psicólogos e assistentes sociais fazem plantão nos locais para
dar apoio às famílias que descobrem que a pessoa procurada está entre
os mortos e desaparecidos. Pelo último balanço, são 115 mortos, 248
desaparecidos e 395 localizados. Dos mortos, 71 foram identificados.
Um
casal e as duas filhas, que preferiram não se identificar, procuram a
terceira irmã das jovens, que trabalhava na empresa Vale no momento do
rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão. Todos os dias os quatro
ficam de prontidão na margem do “mar de lama” como quem busca localizar
um sinal de vida.
A
imagem que se vê por todos os lados, entretanto, é a mesma: uma área
imensa dominada pelo barro. Não é possível enxergar nada com cor ou
forma. A lama tomou conta de tudo.
Mais uma vez hoje, oito dias
depois da tragédia, as operações de resgate iniciaram por volta das 4h,
antes de o sol aparecer, e devem seguir até a noite. O porta-voz do
Corpo de Bombeiros, Pedro Aihara, disse que o ritmo de identificação dos
corpos deve diminuir. A partir de agora, o trabalho fica mais complexo
por se tratar de vestígios de mais difícil acesso abaixo da lama.
Segundo
ele, as buscas entram na fase mais delicada de escavação, que exige
fazer a nivelação do solo. Além disso, depois de mais uma semana do
desastre, os corpos começam a entrar em decomposição.
O bombeiro
admitiu que as chances de localizar pessoas com vida é “pequena”. De
acordo com Aihara, não há previsão de data para encerramento os
trabalhos de buscas. Ele lembrou que, no caso de Mariana, as ações
prosseguiram por quatro meses.
Questionado sobre as imagens
divulgadas apenas hoje mostrando o curso da lama após o rompimento da
barragem, o porta-voz do Corpo de Bombeiros, Pedro Aihara, afirmou que o
comando unificado integrado pelas diversas corporações envolvidas nas
buscas já tinha conhecimento dos vídeos.
Segundo Aihara, optou-se por não tornar as imagens públicas pelo
receio do impacto delas caso houvesse alerta de risco de uma nova
tragédia em outras barragens.
Brasil ao Minuto com informações da Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário