Em 20 anos, proposta de reforma da Previdência tem impacto de R$ 4,5 trilhões
Apesar dessa previsão, o governo acredita que, nos próximos 25 anos, será necessária uma nova reforma

© Marcos Correa/Brazilian Presidency/Handout via REUTERS
THIAGO RESENDE E
BERNARDO CARAM - BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Cálculos do governo apontam
que a proposta de reforma da Previdência, apresentada nesta
quarta-feira (20), deve reduzir os gastos públicos com aposentadorias e
pensões em R$ 4,497 trilhões em 20 anos.
Esse número do impacto das medidas propostas foi encaminhado
pela equipe econômica em mensagem ao Congresso para defender a
necessidade de mudanças nas regras previdenciárias.
Durante
a apresentação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição), os técnicos
do governo apresentaram apenas a estimativa para a reforma após 10 anos:
R$ 1,072 trilhão.
Apesar dessa previsão de economia crescente, o governo acredita que, nos próximos 25 anos, será necessária uma nova reforma.
Especialista
em Previdência, o professor Aloisio Araújo explica que a economia
gerada com o endurecimento das regras de aposentadorias aumenta de forma
escalonada.
"Nos primeiros anos, muitos brasileiros ainda vão se
aposentar jovens por causa das regras de transição. Depois, as idades de
aposentadoria vão subir", disse Araújo, um dos integrantes do grupo
consultivo criado pelo ministro Paulo Guedes (Economia) para a reforma
da Previdência.
Além de novas exigências para aposentadorias, a
proposta prevê redução no valor a ser pago, por exemplo, em novas
pensões e benefício por incapacidade permanente, cuja fórmula de cálculo
também é alterada pela PEC.
No pacote enviado pelo governo, a
redução de despesas gerada pelo endurecimento das regras para o
trabalhador do setor privado representa 76% do montante estimado para os
próximos 20 anos -R$ 3,4 trilhões dos R$ 4,5 trilhões totais.
Em
duas décadas, o governo espera economizar R$ 651 bilhões com mudanças em
benefício assistencial para miseráveis e com limitação do abono
salarial. Há ainda um impacto positivo nas contas do governo com a
reforma do regime dos servidores (R$ 413 bilhões) e com mudança na
alíquota dos servidores (R$ 45 bilhões).
Pelos cálculos da equipe
econômica, a alteração nas alíquotas para os trabalhadores da iniciativa
privada vai gerar uma perda para os cofres públicos de R$ 61 bilhões
nesse período.
O impacto de R$ 4,5 trilhões em 20 anos não
considera as mudanças nas regras para militares, cujo projeto de lei
será enviado ao Congresso por volta de 20 de março. O prazo foi definido
na terça (19) em reunião do presidente Jair Bolsonaro com líderes
militares.
O governo também se prepara para enviar ao Congresso um projeto de lei para reforçar a cobrança de dívidas previdenciárias.
Economia ao Minuto
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