Exclusivo: esposa do cabo André diz que mãe do soldado Tavares sabia que assassinato poderia ocorrer
Minutos antes dos
tiros que atingiram o cabo, foi a mãe do soldado que abriu a porta para
André entrar na casa onde estava seu filho
![]() |
Cabo André Pereira e Dayse Maria Pessoa Farias da Silva |
Os
verdadeiros motivos que redundaram na morte do cabo da Polícia Militar,
André Pereira, morto por seu colega de corporação, soldado Álvaro
Tavares, vem ganhando novos contornos desde segunda-feira (05), data do
homicídio. A viúva da vítima, Dayse Maria Pessoa Farias da Silva, afirma
que a mãe do autor dos disparos foi omissa e sabia que seu filho
poderia cometer o crime.
Minutos antes dos tiros que atingiram
fatalmente o cabo, foi a mãe do soldado Tavares que abriu a porta para
André entrar na casa que estava seu filho, localizada no bairro de
Manaíra. “Foi ela que abriu a porta. Ela sabia. À tarde ela presenciou o
filho ameaçando a mim e ao meu marido de morte, e a minha mãe”, revelou
Dayse Pessoa.
Mais à frente a viúva deu mais detalhes da
suposta personalidade agressiva do soldado Tavares, salientando que seu
marido havia ligado para o acusado a fim de ter uma conversa pacífica e
conciliadora. “Ele (Álvaro) fez uma ameaça ao meu esposo no domingo à
noite por telefone. Meu marido ligou para ele ‘camaradamente’ para
tentar conversar numa boa”, relatou Dayse Pessoa.
Durante a ligação, segundo a esposa do cabo
André, o soldado Tavares teria se exaltado, e começou a proferir
palavras de baixo calão e fazer ameaças. “Ele me chamou de vagabunda e
fuleira, e que se eu passasse na frente dele, ele iria me matar”. Dayse
Pessoa também indagou o fato do acusado não ter passado por audiência de
custódia, sendo liberado horas depois de ser detido.
Segundo a viúva, no domingo à tarde Tavares
teria discutido com uma pessoa da família, deixando claro que pessoas
influentes na corporação poderiam oferecer ajuda caso cometesse algum
delito. “Ele disse que não seria preso e não daria em nada, pois tem
conhecidos na polícia”.
O soldado Tavares foi levado, após o crime,
para a Central de Flagrantes da Polícia Civil, mas foi liberado após
ser ouvido. Ele irá responder ao processo em liberdade. Segundo o major
Kelton Pontes, comandante da Companhia Independente de Cabedelo, unidade
a qual o acusado está lotado, seu subordinado foi solto por ter se
apresentado de forma voluntária.
Entenda o caso
De acordo com o major Kelton, o suspeito é
primo da esposa da vítima. O desentendimento entre o cabo André e o
soldado Tavares começou no domingo (4), após uma discussão familiar.
Segundo a versão da viúva, havia um descontentamento na família pelo
fato do acusado praticar violência contra seu tio, que é portador de
transtornos mentais.
Diante da situação, o clima de animosidade
surgiu. Dayse Pessoa afirma que seu esposo tentou apaziguar o problema,
estabelecendo contato com o soldado Tavares por telefone e, depois, indo
até seu apartamento na segunda-feira (05), quando foi recebido a bala.
Três tiros foram efetuados, dos quais dois atingiram de forma fatal o
PM.
A defesa do soldado Tavares busca a linha
da legítima defesa, enquanto esposa do cabo André e seu advogado afirmam
que o militar não esboçou qualquer tipo de ato que justificasse uma
agressão, tendo sido mortalmente ferido sem esboçar reação.
Reportagem de Eliabe Castor para o Blog do Gordinho
Nenhum comentário:
Postar um comentário