Chuva na região Nordeste permitirá a produção de 4 milhões de toneladas de grãos
A
previsão para 2018 é atingir 4 milhões de toneladas de grãos. Em 2016,
um dos anos de seca, a colheita ficou em apenas 1,5 milhão de toneladas.
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O impacto dessas chuvas, segundo Limma, é a perspectiva de novo recorde de safra - (Foto: Reprodução) |
A mancha vermelho-escura que tomava boa parte do mapa do Nordeste do
Monitor de Secas em janeiro de 2017 reduziu de forma significativa em
janeiro deste ano, resultado das primeiras chuvas da pré-estação e da
estação chuvosa nos estados da região.
A mudança do cenário ocorre após, pelo menos, seis anos consecutivos
de estiagem no Nordeste. Paraíba e Pernambuco ainda estão com cerca da
metade de seus territórios em situação de seca excepcional. As partes
leste da Bahia, Alagoas e Sergipe já possuem áreas sem seca relativa.
O Piauí foi um dos estados em que a mancha de seca excepcional mais
reduziu, embora permaneça com áreas com seca grave e extrema. Segundo a
Secretaria de Desenvolvimento Rural do estado, essa situação atingiu 80%
do território do estado, hoje está em 15%. O titular da secretaria de
Desenvolvimento Rural do estado, Francisco Limma, explica que essa
redução vem das primeiras chuvas no Centro Sul do Piauí, que começaram
por volta de outubro, e na parte central, onde chove a partir de
dezembro.
Essas precipitações, mesmo ocorrendo abaixo ou na média histórica, já
resultaram na recarga em importantes açudes, como o Bocaina e o Piaus,
localizados na região mais seca do estado, que estão com pouco mais de
17% de suas capacidades. No total, os reservatórios do Piauí já acumulam
54% do volume total.
O impacto dessas chuvas, segundo Limma, é a perspectiva de novo
recorde de safra, cuja região conhecida como Matopiba (referência às
divisas entre Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, considerada a nova
fronteira agrícola do Brasil) tem importante impacto. A previsão para
2018 é atingir 4 milhões de toneladas de grãos. Em 2016, um dos anos de
seca, a colheita ficou em apenas 1,5 milhão de toneladas.
“Com o restabelecimento da normalidade da chuva e a redução da mancha
da seca, estamos animados e certamente teremos um novo recorde na
produção agropecuária. Somos o terceiro maior produtor de grãos do
Nordeste e o estado em que o PIB mais cresceu. Com a regularização das
chuvas, teremos um incremento na safra,” disse.
Para o supervisor da unidade de Tempo e Clima da Fundação Cearense de
Meteorologia (Funceme), Raul Fritz, a diferença entre os mapas do
Monitor de Secas é decorrente de chuvas em torno das médias históricas
em 2017 em alguns estados do Nordeste, a exemplo do Ceará.
Em 2018, mesmo não apresentando precipitações significativas, o mês
de janeiro trouxe certo alívio para a condição de seca extrema e
excepcional sobretudo no norte e na parte leste do Nordeste, mas esse
cenário permanece na parte central da região.
Segundo Fritz, a mudança mais perceptível na condição de seca na
região será notada no mapa de fevereiro, que deverá refletir a boa
posição da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), o principal
sistema meteorológico dos regimes de chuvas do Nordeste.
“Esperamos uma recuperação mesmo agora em 2018. A Zona de
Convergência Intertropical mostra condição favorável para isso. Se não
houver uma reversão, é possível que tenhamos uma inversão dessa situação
tão feia e grave,” explicou.
Fritz ressalta que a diminuição da área de seca excepcional ainda não
alivia a crise hídrica na região. Segundo ele, a recarga dos
reservatórios estaria condicionada a chuvas acima da média histórica
durante todo o período chuvoso de 2018. Embora fevereiro tenha sido
assim, ainda não é possível prever que essa tendência pode repetir ao
longo do restante do período chuvoso.
Agência Brasil
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