Carnaval 2018 envolve 11 milhões de turistas e deve movimentar mais de R$ 6 bilhões

O
maior feriado do calendário brasileiro vai aquecer corpos, ruas e
também a economia. Após três anos em queda, a movimentação financeira
gerada pelo carnaval deve registrar crescimento em 2018. Ao todo, R$
6,25 bilhões devem ser injetados na economia, se confirmada a previsão
da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Já o Ministério do Turismo estima que a festa envolva 11 milhões de
turistas, entre os quais 400 mil estrangeiros.
Uma dessas pessoas
que virão de longe é a artista francesa Anna Bouillet. Ela disse que
espera viver o carnaval brasileiro como um sonho. “Estranho”, “chocante”
e “de intensa felicidade” são algumas das palavras que ela usa para
resumir toda essa expectativa. O destino será o carnaval do Recife,
cujas imagens evitou ver antecipadamente para “ter uma experiência
total”.
“Imagino que a cidade inteira está parada e todo o mundo
lá fora a dançar e a festejar. A música por todo lado. Imagino uma
espécie de loucura coletiva, de uma energia incrível partilhada entre as
pessoas”, relata Anna, que depois da festa viajará por outras cidades e
regiões do país.
Quanto aos foliões brasileiros, o Ministério do
Turismo informou à Agência Brasil que eles tendem a fazer deslocamentos
curtos. “Em um país de dimensões continentais, o turismo inter-regional e
interestadual tem grande força”, informou.
Setores econômicos
Neste
ano, 85% de toda a receita gerada no carnaval devem vir dos segmentos
de alimentação fora do domicílio, tais como bares e restaurantes (R$ 3,6
bilhões); transporte rodoviário (R$ 1,03 bilhão) e serviços de
alojamento em hotéis e pousadas (R$ 705,6 milhões), detalha estudo da
CNC. As atividades artísticas, esportivas e de lazer devem somar R$
497,3 milhões. As pessoas que contratarão agências de viagens em busca
de festas ou de descanso aportarão R$ 173,8 milhões.
Para a CNC, a
principal razão para a reação no setor está no comportamento recente da
inflação. Como resultado desse movimento, o estudo estima a contratação
de 19,3 mil trabalhadores temporários entre janeiro e fevereiro de
2018, 8,9% a mais do que no carnaval de 2017 (17,7 mil). O segmento de
serviços de alimentação deverá oferecer cerca de 70% das oportunidades
de emprego, com 13,7 mil postos.
Quem também aproveita essa época
do ano são as artistas. No Distrito Federal, as designers Gabriela Alves
e Luciana Lobato aproveitam a época para ampliar a divulgação da marca
Conspiração Libertina e, com isso, levar mensagens políticas para as
ruas. A ideia surgiu em 2015, quando três amigas fizeram tatuagens
temporárias sobre diversidade, feminismo e negritude.
“A nossa
ideia foi falar sobre feminismo no cotidiano, se identificar para o
mundo”, explica Gabriela. O resultado: tatuagens esgotadas. Neste ano,
prevendo maior comercialização dos 34 tipos de imagens que foram
produzidas, elas se juntaram a outras artistas e ativistas feministas ou
LGBTs e instalaram uma loja física, em Brasília, para facilitar as
vendas e aproveitar o momento ímpar.
“Durante o ano, as nossas
vendas não geram renda nenhuma. São valores revertidos para a própria
marca ou para apoiar movimentos sociais, tanto que a gente fala que
somos um negócio social. Agora, no carnaval, como as vendas aumentam
muito, a gente consegue tirar algum dinheiro para a gente”, disse. De
acordo com a designer, em 2017 a marca faturou R$ 24 mil. Neste ano, ela
espera que as mensagens gerem R$ 34 mil.
Agência Brasil
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