Governo federal libera mais R$ 1,2 bilhão para gastos sociais de todas as prefeituras brasileiras
Presidente da CNM disse que a grande preocupação é em relação ao corte que foi feito no orçamento de 2018 para essa área
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Palácio do Planalto |
Segundo o ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, o repasse
da assistência social em 2017 para os municípios brasileiros alcançou o
patamar mais alto da série histórica iniciada em 2011. “Conseguimos
zerar os passivos deixados pela gestão anterior. Vamos entrar 2018 com
as contas em dia.”
Mas, para o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM),
Paulo Ziulkoski, a grande preocupação é em relação ao corte que foi
feito no orçamento de 2018 para essa área. “Estamos extremamente
preocupados. O corte é muito grande. O grande penalizado é o cidadão
porque o governo vai cortar áreas numa área muito sensível”, afirmou.
Ele disse que se encontrou com o ministro Terra e o presidente Michel
Temer para alertá-los sobre esse “grande drama”. “A prefeitura é um
executor dos programas do governo federal. No momento de cortes, os
cidadãos que precisam desses recursos não procuram a União ou o Estado,
ele vai atrás da prefeitura”, afirma.
Os recursos repassados aos municípios esta semana não compõem as
negociações paralelas que o Planalto fez com os prefeitos para a
aprovação da reforma da Previdência. O presidente Temer prometeu, no
meio dessas negociações, ampliar os investimentos nos municípios em R$ 3
bilhões para o 2018, além de um auxílio financeiro de R$ 2 bilhões
ainda em 2017.
Receita. Entre novembro e dezembro, a equipe econômica fez dois
desbloqueios de despesas do Orçamento, um de R$ 7,5 bilhões e outro de
R$ 5 bilhões, anunciado na última quarta-feira. As verbas para a
assistência social não são gastos obrigatórios, ou seja, o governo
dependia de uma melhora da arrecadação para liberar os recursos.
Há um ano e meio, informou Terra, a União tinha uma dívida de R$ 1,3
bilhão relativo a oito meses de pagamentos que não foram feitos entre
2015 e 2016, durante o governo Dilma.
Segundo o secretário executivo do ministério, Alberto Beltrame, por
conta dos atrasos, as prefeituras tiveram dificuldades para manter a
prestação dos serviços em dia. Agora, disse, vão começar 2018 – ano de
campanha eleitoral – numa situação muito melhor para a prestação de
serviços na área social.
“Para o prefeito, mais importante que o orçamento é manter o fluxo de
caixa”, disse. Pelos cálculos do secretário, os chamados “restos a
pagar” (despesas transferidas de um ano para o outro) devem ficar em
torno de R$ 100 milhões.
Os recursos são basicamente usados em serviços como as unidades de
acolhimento, que funcionam como moradia provisória para indivíduos e
famílias afastadas temporariamente do seu núcleo e se encontram em
situação de abandono ou ameaça. Também vão para os Centros de Referência
de Assistência Social (Cras), uma espécie de porta de entrada da
assistência social, e para os Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas), que oferecem
serviços para pessoas com deficiência, idosos e suas famílias e
indivíduos em situação de risco.
Estadão
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