Supremo Tribunal Federal manda ex-assessor de Zezé Perrella para prisão domiciliar
Mendherson Souza Lima recebeu parte dos 2 milhões de reais destinados pela JBS ao senador afastado Aécio Neves
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Mendherson Souza Lima, assessor do senador Zezé Perrella - (Foto/Reprodução) |
Antes de iniciar o julgamento do pedido de prisão preventiva do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), nesta terça-feira, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu soltar o ex-assessor e cunhado do senador Zezé Perrella (PMDB-MG), Mendherson Souza Lima, detido na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem (MG).
Votaram pela troca da prisão preventiva pela domiciliar os ministros Alexandre de Moraes e Luiz Fux, enquanto Marco Aurélio Mello concordou apenas com a imposição de medidas cautelares. Rosa Weber e Luís Roberto Barroso decidiram
pela manutenção do encarceramento. O cunhado de Perrella será
monitorado por uma tornozeleira eletrônica e deverá entregar seus
passaportes.
Mendherson Souza Lima foi preso na Operação Patmos,
deflagrada em 18 de maio, por ter recebido parte dos 2 milhões de reais
destinados pela JBS a Aécio Neves. Frederico Pacheco de Medeiros, o
Fred, primo de Aécio encarregado de coletar o valor combinado entre o
tucano e o empresário Joesley Batista, repassou a Mendherson uma das
parcelas de 500.000 reais que recebeu do diretor de relações
institucionais da JBS, Ricardo Saud.
A entrega do dinheiro ao cunhado de Zezé Perrella se deu no
estacionamento da sede da empresa, em São Paulo, e foi filmada pela
Polícia Federal. Com os 500.000 reais alocados dentro de uma mochila,
Mendherson Souza Lima foi de carro da capital paulista a Belo Horizonte,
viagem monitorada pela PF. Na capital mineira, ele deixou o dinheiro na
sede da Tapera Participações e Empreendimentos, empresa do filho de
Perrella, o ex-deputado estadual Gustavo Perrella.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou ao STF Mendherson,
Aécio Neves e a irmã do tucano, a jornalista Andrea Neves, por
corrupção passiva e obstrução de Justiça. Cabe ao ministro Marco Aurélio
Mello, relator do inquérito no Supremo, decidir se aceita a acusação e
os torna réus.
Depois da decisão pela soltura de Mendherson, a sessão no
colegiado foi suspensa por 30 minutos. Os cinco ministros ainda
decidirão se aceitam a prisão preventiva de Aécio e se o tucano pode
voltar a exercer seu mandato parlamentar.
Veja
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