Ministro Herman Benjamin reconhece abuso de poder na campanha de 2014
Relator acrescenta que defesas não queriam inclusão de delações da Odebrecht porque as provas contra a chapa são “oceânicas”
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Paraibano Herman Benjamin, ministro do TSE |
O
ministro Herman Benjamin, relator do processo da chapa Dilma-Temer no
Tribunal Superior (TSE), afirmou nesta noite de quinta-feira, 8, que
houve abuso de poder econômico nas eleições de 2014. O magistrado
argumentou que essa prática também estava presente em desvio de recursos
de contrato relacionado ao navio-sonda da empresa Sete Brasil, criada
como uma estrutura intermediária entre a Petrobrás e os estaleiros
contratados. Benjamin citou o casal de marqueteiros João Santana e
Mônica Moura, que movimentaram, segundo depoimentos à Justiça Eleitoral,
recursos oriundos de caixa 2.
“Reconheço os abusos de poder por recursos de navio-sonda envolvendo a
Sete Brasil e a Petrobras”, disse. Benjamin afirmou que o esquema
garantia uma espécie de estoque de propina, que ele classificou de
gordura, o que gerava poder econômico para os partidos em eleições
seguintes. “O esquema Sete Brasil era de financiamento de
propina-gordura de longuíssimo prazo”, complementou.
Esse é o principal argumento da
petição inicial apresentada pelo PSDB após as eleições de 2014. Benjamin
citou os depoimentos dos delatores Sérgio Machado, Renato Duque e Paulo
Roberto Costa, operadores no esquema, para justificar o embasamento do
que deve ser o seu voto. O magistrado indica que vai pedir a cassação da
chapa vencedora no pleito.
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