Não venha cantar de galo no São João, você é uma galinha... vão se danar – OUÇA
Publicado por: Gutemberg Cardoso
‘Vão se danar’, dispara Alcymar contra Marília Mendonça e
‘breganejo’Irritado com declarações da cantora, forrozeiro defende Elba
Ramalho e classifica trabalho da goiana como “horroroso” e “porcaria”.
Após a declaração da cantora Marília Mendonça, durante show em
Pernambuco neste fim de semana, de que “vai ter sertanejo no São João,
sim”, em referência às críticas de Elba Ramalho e outros músicos sobre
uma suposta invasão dos sertanejos e da falta de representatividade dos
ritmos tradicionais nas festas do Nordeste, o músico Alcymar Monteiro
divulgou um áudio com duras críticas à cantora goiana.
Marília rebateu a polêmica que surgiu após a divulgação das grades
dos principais polos juninos da região. O forrozeiro, por outro lado, se
demonstrou irritado com a colocação da artista.
“Por favor, ponha a sua mão na consciência, você vem lá de Goiás
invadir nossa praia. Agora vê se a gente canta lá no teu Goiás. Vocês
não deixam. É horrível, não gosto, é de mau gosto, não tem nada a ver,
querem acabar com nossas tradições. Vão se danar e deixem a gente em
paz”, disparou.
No áudio, divulgado pelo próprio músico em um grupo do WhatsApp
composto por dezenas de representantes do forró, Alcymar chama o
trabalho dela de “breganejo horroroso” e “porcaria”. “Essa senhora não
tem autoridade para falar nada. Como é que ela vem falar que aqui é
lugar de sertanejo? Isso é um ‘breganejo’ horroroso pra cachaceiro, pra
quem não tem identidade”, diz em trecho.
“Não venha dizer que essa porcaria que você canta é sertanejo, que
isso é ‘breganejo'”, critica, citando Tonico e Tinoco e Pena Branca e
Xavantinho.
Em entrevista ao Viver, Alcymar disse que a entendeu a fala de
Marília Mendonça como uma provocação a Elba Ramalho e aos demais
artistas que lutam para garantir o espaço do forró nas programações e
confessa que ficou bastante incomodado. “Irritado porque estamos no meio
de uma luta pela preservação da nossa cultura (com a campanha Devolva
Nosso São João).
Ela
veio falar mal de Elba, não de uma forma direta, nas estrelinhas, e
isso me irritou. Eu achei que era importante responder e dizer que o São
João não é uma festa deles, é uma festa nossa”, defendeu o artista.
“Ela não tem direito de vir na nossa terra para nos humilhar. Essa gente
vem para cá para tripudiar com quem está na luta pelo autêntico forró
pé-de-serra. A gente não está pedindo show, mas pela representatividade
da nossa cultura”, afirmou.
Em um dos trechos mais incisivos da gravação, Alcymar avisou que iria
“baixar o nível” e disparou: “Não venha aqui no nosso terreiro cantar
de galo não, viu? Aqui quem canta de galo é galo, galinha aqui não canta
não. Entendeu bem? Tá certo? Vá cantar noutro terreiro, deixa a gente
em paz”. Sobre essa frase, ele argumenta não ter chamado a cantora de
“galinha” no sentido perjorativo e machista da palavra, mas como um
reforço de que não teria espaço para a música dela em terras
nordestinas. Os “galos”, citados no áudio, seriam nomes como Luiz
Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Geraldo Azevedo, Alceu Valença, Zé Ramalho
“e toda essa gente que representa muito bem a nossa cultura”.
Para Alcymar, a luta não é apenas pelo espaço nos palcos, mas pela
garantia de preservação de “tudo o que caracterize a cultura do povo
nordestino”, como a gastronomia e vocabulário. “Cada povo tem sua
cultura, sua maneira de ser, seu ‘linguajar’. Eu duvido que ela entenda o
que significa pra gente o ‘oxente’, ‘vixe maria’, ‘pru mode que'”,
exemplifica. “Vê se a gente canta em Barretos ou no Villa Mix! Eu tenho
um recado para eles: como dizia Patativa do Assaré, em um de seus
poemas, ‘cante lá, que eu canto cá'”, continuou.
Questionado
sobre o porquê de excluir artistas do que chamou de música
“aculturada”, ele, mais uma vez, é incisivo: “Na minha concepção, não
pode ter sertanejo aqui. A trilha sonora do São João é o forró criado
por Luiz Gonzaga, são as sanfonas, triângulos e zabumbas. Aquilo que ela
canta, ideologicamente, não existe. É uma música ‘americanalhada’, com
uma letra vulgar e melodia trivial, feita com o propósito de incutir na
novas gerações que isso é bonito. Existe música boa e música ruim, e
essa é ruim. Uma música que ninguém sabe de onde veio”.
Fonte: http://www.diariodepernambuco.com.br
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