Defesa de Lula diz que Léo Pinheiro mentiu para ser solto em acordo negociado com Moro
Defesa do ex-presidente Lula disse que o empresário
Léo Pinheiro, da OAS, "criou um diálogo" com Lula, não presenciado por
ninguém, para dizer que foi orientado pelo ex-presidente a destruir
supostas provas de contribuições de campanha; "Ele foi claramente
incumbido de criar uma narrativa que sustentasse ser Lula o proprietário
do chamado triplex do Guarujá. É a palavra dele contra o depoimento de
73 testemunhas, inclusive funcionários da OAS, negando ser Lula o dono
do imóvel", diz o advogado Cristiano Zanin Martins; para ele, o
depoimento de Pinheiro foi uma versão "acordada com o MPF" como
pressuposto para aceitação de uma delação premiada que poderá tirá-lo da
prisão.
A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva acusou o empresário Léo Pinheiro, sócio da OAS, de contar nesta
quinta-feira, 20, ao juiz Sérgio Moro, uma versão "acordada com o MPF"
como pressuposto para aceitação de uma delação premiada que poderá
tirá-lo da prisão.
No depoimento, Pinheiro disse ter sido orientado
por Lula a destruir supostas provas de contribuições de campanha, que
pudessem incriminá-lo na operação Lava Jato (leia mais).
"Ele foi claramente incumbido de criar uma narrativa que sustentasse
ser Lula o proprietário do chamado triplex do Guarujá. É a palavra dele
contra o depoimento de 73 testemunhas, inclusive funcionários da OAS,
negando ser Lula o dono do imóvel", diz o advogado de Lula, Cristiano
Zanin Martins, em nota.
Segundo o advogado, a versão de Pinheiro foi a ponto
de "criar um diálogo", "não presenciado por ninguém – no qual Lula teria
dado a fantasiosa e absurda orientação de destruição de provas sobre
contribuições de campanha, tema que o próprio depoente reconheceu não
ser objeto das conversas que mantinha com o ex-Presidente.
"É uma tese esdrúxula que já foi veiculada até em um
e-mail falso encaminhado ao Instituto Lula que, a despeito de ter sido
apresentada ao Juízo, não mereceu nenhuma providência", afirma.
Leia na íntegra a nota da defesa de Lula:
"Nota
Léo Pinheiro no lugar de se defender em seu
interrogatório, hoje, na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, contou
uma versão acordada com o MPF como pressuposto para aceitação de uma
delação premiada que poderá tirá-lo da prisão. Ele foi claramente
incumbido de criar uma narrativa que sustentasse ser Lula o proprietário
do chamado triplex do Guarujá. É a palavra dele contra o depoimento de
73 testemunhas, inclusive funcionários da OAS, negando ser Lula o dono
do imóvel.
A versão fabricada de Pinheiro foi a ponto de criar
um diálogo – não presenciado por ninguém – no qual Lula teria dado a
fantasiosa e absurda orientação de destruição de provas sobre
contribuições de campanha, tema que o próprio depoente reconheceu não
ser objeto das conversas que mantinha com o ex-Presidente. É uma tese
esdrúxula que já foi veiculada até em um e-mail falso encaminhado ao
Instituto Lula que, a despeito de ter sido apresentada ao Juízo, não
mereceu nenhuma providência.
A afirmação de que o triplex do Guarujá pertenceria a
Lula é também incompatível com documentos da empresa, alguns deles
assinados por Léo Pinheiro. Em 3/11/2009, houve emissão de debêntures
pela OAS, dando em garantia o empreendimento Solaris, incluindo a fração
ideal da unidade 164A. Outras operações financeiras foram realizadas
dando em garantia essa mesma unidade. Em 2013, o próprio Léo Pinheiro
assinou documento para essa finalidade. O que disse o depoente é
incompatível com relatórios feitos por diversas empresas de auditoria e
com documentos anexados ao processo de recuperação judicial da OAS, que
indicam o apartamento como ativo da empresa.
Léo Pinheiro negou ter entregue as chaves do
apartamento a Lula ou aos seus familiares. Também reconheceu que o
imóvel jamais foi usado pelo ex-Presidente.
Perguntado sobre diversos aspectos dos 3 contratos
que foram firmados entre a OAS e a Petrobras e que teriam relação com a
suposta entrega do apartamento a Lula, Pinheiro não soube responder.
Deixou claro estar ali narrando uma história pré-definida com o MPF e
incompatível com a verdade dos fatos.
Cristiano Zanin Martins"
Brasil 247
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