Empresário Marcelo Odebrecht cita pagamento de milhões ao ex-presidente Lula
O
empresário Marcelo Odebrecht disse em depoimento ao juiz Sérgio Moro
que destinou milhões para o “amigo”, codinome referente ao ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva. Primeiro, ele cita o depósito de R$ 35
milhões; depois, fala em R$ 40 milhões.
A conta, diz Odebrecht, era gerida pelo ex-ministro petista Antônio Palocci.
“O
que eu combinei com o Palocci foi o seguinte: essa é uma relação minha
com a presidência do PT no Brasil. Então, eu disse: vai mudar o governo,
vai entrar a Dilma. Esse saldo passa a ser gerido por ela, a pedido
dela. A gente sabia que ia ter demandas de Lula, a questão do instituto,
para outras coisas. Então vamos pegar e provisionar uma parte desse
saldo, aí botamos R$ 35 milhões no saldo amigo, que é Lula, para uso que
fosse orientação de Lula”, afirmou o delator.
Pouco
tempo depois, Odebrecht fala do pagamento de R$ 40 milhões ao
ex-presidente e reforça que . “A gente botou R$ 40 milhões que viriam
para atender demandas que viessem de Lula. Veja bem: o Lula nunca me
pediu diretamente. Eu combinei via Palocci. Óbvio, ao longo dos usos,
ficou claro que era realmente para o Lula, porque ficou evidente para
mim. O Palocci me pediu para descontar do saldo amigo”.
O
depoimento foi prestado na segunda-feira (10), em ação penal da Lava
Jato que envolve o ex-ministro Antônio Palocci, o ex-presidente do Grupo
Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e outros 13 réus.
Odebrecht
também relatou que contribuiu com a campanha presidencial do PT em 2010
e que destinou, num primeiro momento, R$ 50 milhões na planilha de
“italiano” (Palocci, segundo o empresário). Ele disse que esse valor
acabou, posteriormente, sendo movimentado pelo ex-ministro Guido
Mantega, o “pós-itália”.
O que diz o Instituto Lula
O
Instituto Lula afirmou que o ex-presidente Lula não tem conhecimento ou
relação com qualquer planilha na qual pessoas possam se referir a ele
como “amigo”.
G1
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