No Brasil, 44% dos estudantes de 15 e 16 anos trabalham, mostra ranking
Segundo o levantamento da OCDE (Organização para Cooperação de Desenvolvimento Econômico), 43,7%
dos jovens brasileiros nessa faixa etária declararam exercer algum tipo
de trabalho remunerado em suas rotinas, antes ou depois de irem à
escola. Com esse número, o Brasil fica atrás apenas da Tunísia (47,2%), da Costa Rica (45,3%), da Romênia (45,3%), da Tailândia (43,9%) e do Peru (43,8%).
O índice também é bastante superior à média dos países membros da OCDE, onde 23,3%
desses jovens –ou seja, quase metade da média brasileira– disseram já
trabalhar. Já o país com o menor índice é a Coreia do Sul (5,9%).
O Pisa avaliou, no total, 72 países e territórios: 35 membros da OCDE
(como Alemanha, Grécia e Chile) e 37 parceiros (como Argentina, Sérvia e
Peru).
De acordo com a análise da OCDE,
estudantes que exercem um trabalho remunerado tendem a apresentar um
desempenho inferior em ciência do que aqueles que não trabalham. Eles
também apresentam maior tendência em não se sentirem enquadrados no
ambiente escolar, em deixar a escola antes do fim do ensino médio e em
faltar ou chegar com atraso para as aulas com frequência.
No Brasil, a média dos alunos em ciência no Pisa está estagnada em 401 pontos, valor inferior ao dos estudantes dos países ricos, membros da OCDE, que é de 493 pontos.
Esta é a primeira vez que a OCDE divulga
uma análise dos resultados do Pisa com foco em questões relacionadas ao
bem-estar dos alunos, como a relação deles com colegas e professores,
suas vidas em casa e como eles utilizam o tempo fora da escola. O estudo
de 2015 avaliou 23.141 alunos brasileiros (de 841 escolas), com idades
entre 15 anos e 16 anos, matriculados a partir do sétimo ano.
Mais de 80% dos estudantes brasileiros se sentem ansiosos em relação a uma prova
Em relação às tarefas da escola, os
alunos brasileiros se dizem apreensivos: 80,8% afirmaram se sentir
ansiosos em relação a uma prova ou teste, mesmo estando bem preparados. O
número fica atrás apenas da Costa Rica (81,2%) e é bastante superior à
média dos países da OCDE (55%). A Suíça é o país com o menor índice
(33,5%).
Além disso, 56% dos alunos brasileiros
dizem ficar muito tensos quando estudam, contra uma média de 36% dos
países membros da OCDE. Em todos os países analisados pelo Pisa, as
meninas apresentaram níveis de ansiedade maiores que os meninos.
Quase 18% dos alunos sofreram bullying
Em média, 17,5% dos estudantes
brasileiros afirmaram ter sofrido algum tipo de bullying mais de uma vez
em um mês, 9,3% disseram ter sido ridicularizados por colegas e 3,2%
afirmaram ter apanhado ou terem sido empurrados por outros alunos.
As médias dos países membros da OCDE
são, respectivamente, 18,7%, 10,9% e 4,3%. Hong Kong, na China, aparece
em 1º lugar nesse ranking: 32,3% dos alunos afirmaram ter sofrido
bullying de qualquer tipo, enquanto 26,1% disseram ter sido
ridicularizados e 9,5% afirmaram ter sofrido violência física dentro da
escola.
De acordo com a OCDE, a proporção de
alunos que são vítimas de bullying é maior em escolas com altos índices
de reprovação dos estudantes, onde alunos relatam que os professores
tratam os estudantes de maneira injusta e também onde há má-disciplina
em sala de aula.
O que é o Pisa
O Pisa busca medir o conhecimento e a
habilidade em leitura, matemática e ciências de estudantes com 15 e 16
anos de idade tanto de países membro da OCDE quanto de países parceiros.
Ele é corrigido pela TRI (Teoria de Resposta ao Item), método que é
utilizado também na correção do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio):
quanto mais distante o resultado ficar da média estipulada, melhor (ou
pior) será a nota.
A avaliação já foi aplicada nos anos de 2000, 2003, 2006, 2009 e
2012. A cada ano é dada uma ênfase para uma disciplina: em 2015, o foco
foi em ciências, que concentrou o maior número de questões do exame.
Publicado por: Amara Alcântara
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