Justiça autoriza publicação de livro de autor que usa pseudônimo Eduardo Cunha
‘Em uma análise preliminar, conclui-se que não houve anonimato’, escreveu magistrado em decisão |
A Justiça do Rio concedeu efeito
suspensivo a Editora Record e o livro Diário da Cadeia – Com Trechos da
Obra Inédita Impeachment, escrito por um autor anônimo de pseudônimo
Eduardo Cunha, vai poder ser publicado.
A decisão é da 8ª Câmara Cível do
Tribunal de Justiça ao analisar agravo de instrumento interposto contra
decisão proferida pelo juízo da 13ª Vara Cível da Comarca da Capital,
que proibiu a publicação do livro no dia 24 de março. A ação foi movida
pelo ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.
O relator do processo, desembargador
Augusto Alves Moreira Junior, disse na decisão que “trata-se de uma obra
literária de ficção, a qual tem como pano de fundo a realidade política
brasileira. Em uma análise preliminar, conclui-se que não houve
anonimato, vedado pela Constituição Federal, e sim a utilização de um
pseudônimo em uma obra ficcional”.
O desembargador Moreira Junior diz ainda
que “nas menções feitas à obra em redes sociais blogs e matérias
jornalísticas, fornecidas tanto pelo recorrente como pelo recorrido, é
enfatizado o fato de que se trata de um pseudônimo e não de livro
escrito pelo agravado (Eduardo Cunha), o que, em cognição sumária,
enfraquece a alegação de lesão à honra e à imagem do recorrido”.
O relator destacou ainda que nenhum
direito fundamental é absoluto, sendo certo que a relatividade e os
limites consistem exatamente nos demais direitos, igualmente consagrados
pela Constituição Federal. “Assim sendo, especialmente por se tratar de
obra de ficção, considerando os valores envolvidos, entendo que o
direito à liberdade de expressão e de manifestação, a priori, deve
preponderar”.
Fonte: O dia - Publicado por: Alana Beltrão
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