Delator entrega provas de que OAS beneficiou Lula em tríplex de Guarujá
Léo Pinheiro afirma que apartamento no Guarujá pertencia ao ex-presidente

© Mitya Aleshkovsky / Flick - Palácio do Planalto
A defesa de Léo Pinheiro, sócio da OAS, entregou à Justiça
Federal do Paraná documentos para tentar comprovar as afirmações de que o
ex-presidente Lula foi beneficiado pela reforma de um tríplex em
Guarujá (SP). A informação foi divulgada pelo jornal "O Globo".
Em depoimento na semana passada ao juiz Sergio Moro, o empreiteiro disse que o apartamento era de Lula.
Entre os documentos entregues estão o registro de que dois carros em
nome do Instituto Lula passaram pelo sistema automático de cobrança dos
pedágios a caminho do Guarujá entre 2011 e 2013. Não há, no entanto,
documento que comprove que as viagens tiveram como destino o
apartamento.
Há também registros de ligações telefônicas entre Pinheiro e pessoas
ligadas a Lula, como Clara Ant, Paulo Okamotto, José de Filippi Jr. e
Valdir Moraes da Silva (segurança), a partir de 2012. As listas trazem
data e duração da conversa, mas não seu conteúdo.
Foram anexados ainda e-mails que mostram a agenda de Lula, na qual
aparece a previsão de encontros com Pinheiro, e mensagens da secretária
do instituto para Okamotto, que preside a entidade, avisando que o
empresário havia ligado para falar com ele.
A Folha de S.Paulo apurou que a defesa de Pinheiro entregará
documentos sobre comunicações entre pessoas próximas a Lula e
funcionários da OAS que foram envolvidos na reforma do empreendimento.
No ano passado, Pinheiro e o ex-presidente se tornaram réus. O
Ministério Público afirma que Lula recebeu R$ 3,7 milhões em propinas
pagas pela OAS oriundas de contratos da Petrobras.
No depoimento a Moro, Pinheiro disse que usou dinheiro que seria
desembolsado como propina para custear a reforma e que Lula sabia.
Pinheiro negocia um acordo de delação premiada com a Lava Jato. Outra
acusação que ele fez foi a de que Lula pediu a ele que destruísse
provas em 2014.
OUTRO LADO
O advogado do petista, Cristiano Zanin Martins, afirmou que os
documentos não comprovam as afirmações feitas pelo empresário, que
classificou como uma "versão negociada para agradar" aos procuradores e
destravar seu acordo de delação.
"Desde quando um e-mail de agenda prova a ocorrência de um encontro
e, sobretudo, o que poderia ter sido discutido no suposto encontro? Léo
Pinheiro não tem nenhuma prova contra Lula, porque ele não cometeu
qualquer ato ilícito. Ele tem uma versão negociada para agradar aos
procuradores para ter a sua delação premiada finalmente aceita, para que
possa deixar a prisão ou obter benefícios."
Notícias ao Minuto com informações da
Folhapress.
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