Ficar grisalho cedo demais pode ser indício de doenças cardíacas, diz estudo
Segundo a pesquisa, o processo biológico que torna os cabelos grisalhos é o mesmo que determina o surgimento de doenças como a aterosclerose
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Créditos: iStock/Thinkstock |
Os mais otimistas encaram como fruto da experiência. Outros, mais conformados, atribuem ao estresse cotidiano.
Os primeiros cabelos brancos costumam anteceder a famosa crise de
meia-idade nos homens, e são parte do processo natural de
envelhecimento.
No entanto, uma cobertura grisalha que chega cedo demais pode ser sinal
de que a saúde não vai tão bem. É o que sugere um estudo conduzido na
Universidade de Cairo, que relacionou a ocorrência de cabelos brancos a
incidência de problemas cardiovasculares.
Segundo a pesquisa, o processo biológico que torna os cabelos grisalhos
é o mesmo que determina o surgimento de doenças como a aterosclerose –
acúmulo de gordura e colesterol na parede das artérias, que prejudica a
distribuição de sangue e oxigenação de todo o corpo.
Nesse processo, estão envolvidos vários problemas em nível celular:
dificuldade de reparação do DNA, inflamações, alterações hormonais,
estresse oxidativo (excesso de radicais livres) ou senescência
(envelhecimento involuntário de células saudáveis).
Para determinar essa relação, a equipe estudou 545 homens adultos por meio de tomografia computadorizada.
Os voluntários foram divididos em grupos, de acordo com os estado de
suas artérias e o número de fios brancos que traziam na cabeça.
Eles foram classificados a partir de uma escala de 1 a 5, que ia do
cabelo totalmente preto ao totalmente branco. Os participantes foram
previamente analisados e classificados por dois observadores
independentes.
Um maior risco de doenças no sistema circulatório foi observado em
pacientes classificados a partir do nível 3, representado pelo
equilíbrio entre fios brancos e pretos.
Da mesma forma, homens com as artérias mais comprometidas, pressão alta
e mais gordura corporal eram, via de regra, apontados como mais
grisalhos.
“O envelhecimento é um fator de risco para problemas circulatórios, e,
associado a sinais dermatológicos [como a perda de cabelo], podem
significar risco acentuado”, pontua Irini Samuel, uma das responsáveis
pelo estudo.
Para a médica, novas pesquisas em parceria com dermatologistas se fazem
necessárias, antes que se passe a usar o número de fios brancos como
forma de prever a ocorrência de problemas no coração.
“É preciso um estudo maior, que envolva homens e mulheres, para
confirmar a associação entre cabelos grisalhos e riscos de problemas
cardiovasculares, em pacientes sem quaisquer outros fatores de risco”,
completa.
A pesquisa foi apresentada na Eurovent 2017, evento promovido pela
Associação Europeia de Cardiologia Preventiva, em Málaga, na Espanha.
Por Exame
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