Incêndio em abrigo para menores deixa 31 meninas mortas e 23 feridas em estado grave
De
acordo com a assessoria de imprensa dos hospitais San Juan de Dios e
Roosevelt, as menores faleceram pela gravidade das queimaduras que
sofreram após o acidente de quarta-feira no Lar Seguro Virgem de
Assunção, em San José Pinula, a 10 km da capital.
O
incêndio pode ter sido provocado pelas próprias internas para denunciar
abusos sexuais e outras formas de humilhação, segundo uma das hipóteses
levantada pela Procuradoria dos Direitos Humanos.
Das 31 falecidas, 19 morreram queimadas no incêndio, e as demais em centros assistenciais, segundo as autoridades.
Feridas em estado grave
De
acordo com a agência Efe, os diretores dos dois hospitais reconheceram
que a situação das jovens que estão internadas é grave, e a chance de
morte é “alta”, sobretudo porque algumas delas têm problemas para
respirar.
No
Hospital Roosevelt, situado na Cidade da Guatemala, foram internadas 22
meninas, quatro morreram, quatro tiveram alta e 14 permanecem
hospitalizadas, das quais três estão estáveis e 11 sob ventilação.
No
San Juan de Dios, onde chegaram 17 meninas, oito morreram e as
restantes permanecem em estado de grave, três em cuidados em intensivos,
uma em cuidado coronário e cinco na unidade de queimados.
Em
entrevista coletiva nesta quinta-feira, Carlos Soto, diretor do
hospital Roosevelt, reconheceu que as queimaduras das vítimas, tanto no
corpo como nas vias respiratórias, são consideradas de “extrema”
gravidade, que vai aumentando conformem passam as horas. “A chance de
morte é de aproximadamente 80%”, reconheceu Soto.
Juan
Antonio Villeda, o diretor de San Juan de Dios, disse que as meninas
internadas permanecem em estado de grave, três em cuidados em
intensivos, uma em cuidado coronário e cinco na unidade de queimados.
Protesto em repúdio
Como
sinal de repúdio pelo fato e para denunciar uma suposta negligência das
autoridades, nesta quinta-feira um grupo de ativistas de direitos
humanos jogou carvão e colocou bonecas em frente à Casa Presidencial.
“Como
não puderam perceber para poder salvá-las a tempo se a fumaça é vista
rapidamente?”, disse à AFP, no necrotério de Ciudad de Guatemala, o tio
de uma menor de 15 anos falecida e identificada com testes de DNA e
originária do departamento oriental de Jutiapa, fronteiriço com El
Salvador.
Fuga
Segundo
versões preliminares, na noite de terça-feira, horas antes do incêndio
de quarta, um grupo de jovens tentou fugir após denúncias de abusos e
maus-tratos, e ao menos 19 conseguiram escapar.
O
abrigo – administrado pela Secretaria de Bem-Estar Social da
Presidência – é alvo há tempos de um escândalo por denúncias de abusos
sexuais contra os internos.
O
local abriga, por ordem judicial, menores de 18 anos vítimas de
violência doméstica, de algum delito ou que foram resgatados das ruas,
entre outros motivos.
O centro tem capacidade para 400 menores, mas abriga 800.
Após
o ocorrido, o governo destituiu o diretor do abrigo, decretou três dias
de luto e reconheceu que a tragédia poderia ter sido evitada, mas
responsabilizou às autoridades judiciais por não terem autorizado a
transferência dos menores mais problemáticos para outros centros.
G1
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