PR tenta atrair Jair Bolsonaro para legenda, mas deputado tem uma condição
Bolsonaro já declarou que pretende deixar seu partido atual, o PSC, por desentendimentos com a cúpula
O PR vai tentar atrair o deputado federal Jair Bolsonaro (RJ), que já
anunciou que pretende deixar sua atual legenda, o PSC, por
desentendimentos com a cúpula da sigla.
O parlamentar fluminense é pré-candidato à Presidência da República na
próxima disputa, em 2018, e apareceu em quarto lugar na última pesquisa
Datafolha, de dezembro do ano passado, com 9% das intenções de voto.
As negociações com Bolsonaro estão sendo conduzidas pela cúpula
nacional do PR, partido que tem a quinta maior bancada da Câmara, com 39
deputados.
O parlamentar fluminense já conversou sobre o assunto com o ex-deputado
Valdemar Costa Neto (SP), um dos condenados no processo do mensalão e
que exerce forte influência na legenda.
Nesta terça-feira, 21,, o deputado se encontrará em Brasília com o
atual presidente do PR, o ex-ministro Antonio Carlos Rodrigues (SP),
para tratar do assunto.
Nas conversas que teve até agora com o PR, Bolsonaro tem exigido
legenda para concorrer ao Palácio do Planalto em 2018. Dono do sexto
maior tempo de TV em 2014 (01’16″04), o partido, porém, ainda não deu
essa garantia. Segundo membros da cúpula do PR, está “muito cedo” para
definir se a legenda terá candidato próprio à Presidência.
Puxador de votos
Integrantes do PR querem atrair Bolsonaro principalmente pelo potencial
de votos que ele traz para eleger candidatos ao Parlamento, foco da
sigla em eleições gerais. No pleito de 2014, Bolsonaro foi o deputado
fluminense mais bem votado, com mais de 464,5 mil votos. Os filhos dele,
que devem migrar para a nova legenda, também são campeões de votos.
Carlos Bolsonaro, por exemplo, foi o vereador do Rio mais votado em
2016, com 106,6 mil votos.
“O Bolsonaro é um político hoje inegavelmente de muita força eleitoral.
Ele é detentor de uma grande parte do eleitorado brasileiro. Para o PR,
seria um grande reforço, na minha primeira avaliação”, afirmou o
deputado Paulo Feijó (PR-RJ). Ele disse, porém, que a migração de
Bolsonaro ainda não foi discutida pelo diretório da legenda no Rio,
atualmente comandado pelo ex-governador Anthony Garotinho.
Segundo interlocutores do ex-governador, Garotinho avisou à cúpula do
PR que deixará o partido caso Bolsonaro entre. O ex-governador já teria
procurado outros partidos. De acordo com o presidente do PDT, Carlos
Lupi, Garotinho o procurou há cerca de um mês para negociar a migração.
“Ele falou que seria para um projeto de candidatura majoritária, Senado
ou governo do Estado. Sondei o pessoal, mas tem muita dificuldade com o
pessoal mais histórico do partido”, disse Lupi.
Resistência
Bolsonaro também enfrenta resistência entre alguns deputados do PR pelo
seu perfil político de direita ultraconservador. Autor de declarações
polêmicas, o parlamentar é, por exemplo, contra o aborto e o casamento
gay, além de ser réu por incitação ao crime de estupro e injúria. “Meu
eleitorado é no limite de centro. Como vou explicar para meus eleitores o
Bolsonaro no partido?”, afirmou um integrante do PR sob condição de
anonimato.
Outros membros do partido, porém, afirmam que a agenda da sigla não é
tão distante da de Bolsonaro. Citam pacote de projetos que o atual líder
do PR na Câmara, Aelton Freitas (MG), deve protocolar em breve,
prevendo, por exemplo, serviço militar obrigatório para adolescentes
atestados com mau comportamento pela escola.
Procurado, Bolsonaro não quis comentar a reportagem. Por meio de sua
assessoria, o deputado fluminense afirmou que está negociando com vários
partidos, entre eles o PR e o PRB. A próxima janela para mudança de
partido sem risco de perda de mandato será entre março e abril do
próximo ano.
WSCOM com informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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