Pilícia Federal errou em investigação sobre grampo na cela de Alberto Youssef
Publicado por:
Carlos Rocha

Em fevereiro deste ano, a Polícia Federal concluiu que houve um erro
na primeira sindicância sobre a instalação de um grampo ilegal na cela
do doleiro Alberto Youssef. As investigações apontaram, equivocadamente,
que a escuta havia sido colocada lá antes da chegada de Youssef no
presídio, em março de 2014, e que ela estava inativa, mas informação foi
desmentida por agente.
O doleiro foi preso em março de 2014, na primeira fase da Operação
Lava Jato. Um mês depois, ele encontrou o grampo em sua cela, o que fez
com que uma apuração interna fosse solicitada pelo seu advogado. A
investigação foi conduzida pelo delegado Mauricio Moscardi, da equipe da
força-tarefa.
O resultado da primeira sindicância se deu por conta do depoimento do
agente Dalmey Werlang, que afirmou que o grampo já estava lá quando o
doleiro foi preso, mas que não funcionava. Outro ponto levado em conta
foi o fato da cela ser ocupada anteriormente pelo traficante Fernandinho
Beira-Mar.
No entanto, quase um ano depois de prestar o depoimento, o agente
mudou sua versão e acusou os superiores dele de pedirem para que ele
instalasse o equipamento sem autorização judicial, o que gerou uma nova
investigação, conduzida pela Corregedoria da Polícia Federal. Werlang
conta ter sofrido ameaças para que não falasse a verdade em seu primeiro
depoimento.
Moscardi, o delegado responsável pela primeira investigação, alegou
ter sido induzido ao erro pelo depoimento mentiroso do agente. Ele disse
ainda que o grampo na cela era autorizado quando ocupada por Beira-Mar.
A cúpula da Lava Jato nega qualquer irregularidade sobre o grampo.
De acordo com a Folha de S. Paulo, quase dois anos depois, ainda não
se sabe a origem nem a data de instalação do grampo. Procurada pela
reportagem, a PF informou que “apurações disciplinares administrativas”
devem ser mantidas em segredo.
Moscardi não respondeu ao jornal e Werlang não foi encontrado.
Créditos: Notícias ao Minuto
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