Pesquisa revela que garrafa plástica tem mais germes do que pote de água para cachorro
A garrafinha de água que as pessoas geralmente levam para a academia tem, em média, 313 mil colônias de bactéria por cm²
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Sessenta por cento das bactérias encontradas podem causar infecções (Foto: Divulgação) |
Um estudo afirma que a garrafinha de água que as
pessoas geralmente levam para a academia tem, em média, 313 mil colônias
de bactéria por cm², das quais cerca de 60 % pode causar infecções de
pele ou generalizadas e pneumonia. É mais do que está presente em uma
vasilha de água para cachorro.
A pesquisa foi encomendada pela Treadmill, uma empresa
norte-americana que vende esteiras e acessórios para academias. O estudo
contratou um laboratório independente para testar a presença de
bactérias em garrafinhas de água reutilizáveis usadas sem lavar, durante
uma semana, por 12 atletas Os pesquisadores verificaram uma presença
assustadora de germes, dos quais 60% podem causar doenças. Quatro tipos
foram analisados: com canudo embutido, com tampa que sai para fora,
squeeze e slide top (com tampa que desliza).
Em média, cada garrafinha tinha 313.499 mil colônias de bactéria/cm²,
cerca de seis vezes mais do que o número presente em um pote de água
para cachorro (47,3 mil colônias de bactéria/cm²).
A pior de todas é o modelo com tampa que desliza, cuja superfície
teve até 933,3 mil colônias de bactéria/cm², quase 20 vezes mais do que o
pote para o pet. Esse modelo também continha a maior porcentagem (17%)
de bactérias gram-positivas cocos, responsáveis por infecções cutânea e
generalizadas e pneumonia.
O modelo mais limpo é o com canudo embutido. Conforme o estudo, as
gotas de água costumam ficar depositadas no fundo do canudo, o que torna
mais difícil às bactérias chegar à umidade.
Os responsáveis por essa festa bacteriana são a boca e as mãos,
explica o médico professor de Infectologia da PUC-SP, Fernando Ruiz. "O
contato com a boca humana municia constantemente o acúmulo de bactérias
nesses recipientes. Estudos históricos mostram que passam de 700 as
espécies já descritas", afirma.
No entanto, Ruiz ressalta que só a presença de germes não é decisiva
para um indivíduo adoecer. Feridas na boca (cárie, diabete, placas
bacterianas, gengivite e aftas), por exemplo, facilitam que a bactéria
caia na corrente sanguínea e cause pneumonia ou infecções graves.
Imunidade baixa também facilita que uma enfermidade se manifeste.
Higienização
A limpeza das garrafinhas deve ser feita com detergente comum e de
forma frequente, aconselha o médico. "Principalmente onde pode se
acumular umidade ou formar placas de biofilme (conglomerado de
bactérias), como os canudos", diz o infectologista.
Além disso, o médico ressalta que o melhor é usar água de fonte
confiável e manter o recipiente longe do sol - uma vez que altas
temperaturas favorecem a proliferação de germes.
ClickPB com Correio do Povo
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