Ministério Público Federal pede ao TRF5 que Ilanna Motta volte para a cadeia
A
Procuradoria Regional da República (PPR) encaminhou petição nesta
quinta-feira (15) ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região, com sede no
Recife, pedindo que a ex-chefe de Gabinete da prefeitura de Patos,
Ilanna Motta, filha da prefeita afastada Francisca Motta (PMDB), tenha o
regime de prisão revertida para preventiva e volte para o Alojamento
Feminino das Sargentos do 3° Batalhão da Polícia Militar, com sede na
cidade sertaneja. Ela foi presa na última sexta-feira (9), no curso da
operação Veiculação, e teve a prisão preventiva convertida
para domiciliar autorizada pelo tribunal sob a alegação da sua defesa de
que, por ser advogada, só poderia ficar em Sala de Estado Maior,
enquanto não houvesse trânsito em julgado de sentença condenatória, ou
em prisão domiciliar.
A
decisão do desembargador Lázaro Guimarães, na última terça-feira
(13), descontentou o Ministério Público Federal por dois motivos: o
primeiro é que, ao pé da letra, Ilanna Motta não poderia se beneficiar
da norma porque é formada em direito, de fato, mas não possui registro
na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), por isso, não é advogada. E
mesmo que fosse, revelaram procuradores ao blog, o alojamento do 3º BPM
preencheria os requisitos para Sala de Estado Maior, pois possui cama,
ar-condicionado, frigobar e televisão. O pedido da Procuradoria Regional
da República também abrange outro acusado preso durante a operação,
Rafael Guilherme Caetano dos Santos, que, apesar de ter registro na OAB,
na avaliação dos investigadores, não tinha por que ter o regime de
prisão convertido para domiciliar.
Operação
Ilanna
Motta e Rafael foram presos na semana passada junto com os prefeitos de
Emas, Segundo Madruga, e São José de Espinharas, Renê Trigueiro Caroca.
Os dois gestores municipais, junto com a prefeita de Patos, Francisca
Motta, também foram afastados do cargo. Todos são acusados de
participação em suposto esquema de irregularidades em licitações e
contratos públicos, em especial ao direcionamento de procedimentos
licitatórios e superfaturamento de contratos, em razão de serviços de
locação de veículos, realizados pelas prefeituras municipais de Patos,
Emas e São José de Espinharas, todas no Sertão da Paraíba. Ao todo, a
força-tarefa composta por Ministério Público Federal (MPF), Polícia
Federal e Controladoria-Geral da União (CGU) cumpriu 8 mandados de busca
e apreensão, 5 de prisão e afastamentos de funções públicas de 7
envolvidos, sendo quatro secretários municipais, além dos três
prefeitos.
Todos
os mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região
(TRF-5). As fraudes envolvem mais de R$ 11 milhões em recursos aplicados
em ações dos Programas de Transporte Escolar (PNATE), Fundeb, Pró-Jovem
Trabalhador e Bloco de Média e Alta Complexidade (Saúde).
Jornal da Paraíba
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