Dom Aldo confessa: Cometi erros por confiar demais, numa ingênua misericórdia
Publicado por:
Lenilson Guedes
A Igreja Católica amanheceu hoje com a
notícia da renúncia do arcebispo dom Aldo Pagotto. Sexto arcebispo da
Arquidiocese da Paraíba, dom Aldo foi nomeado em cinco de maio de 2004
para suceder dom Marcelo Carvalheira. Ele tomou posse em três de junho
de 2004 e de lá para cá foram 12 anos como dirigente máximo do clero
paraibano.
A saída de dom Aldo já era esperada nos
meios católicos. O Jornal da Paraíba chegou a publicar matéria
informando que ele estava proibido pelo Vaticano de ordenar padres e
diáconos e de receber novos seminaristas.
A jornalista Valéria Sinésio, que
assinou a matéria, publicou em sua página no facebook que sofreu todo
tipo de pressão, antes e depois de feita a reportagem. “Dias depois,
quando a reportagem saiu, senti o peso do que escrevi. De certa forma,
sofri perseguição. Recebi críticas – as mais pesadas até então na minha
carreira de jornalista. Passei noites sem dormir. Fui questionada por
colegas de redação. Por amigos. Por familiares. Vi meu nome, como
jornalista, no meio do fogo cruzado. Mas não retirei uma linha do que
escrevi. Poderia perder o emprego, mas não recuaria. Em meio ao caos,
minha consciência estava tranquila”.
Na carta em que apresenta sua renúncia
dom Aldo também fez referências ao que foi divulgado pela imprensa. Ele
reconhece que cometeu erros ao acolher padres e seminaristas “suspeitos
de cometer graves defecções, contrárias à idoneidade exigida no sagrado
ministério”. Diz dom Aldo em sua carta renúncia: “Cometi erros por
confiar demais, numa ingênua misericórdia”.
Apesar de alegar problemas de saúde, a
saída de dom Aldo foi provocada mesmo pelos escândalos que marcaram a
sua gestão. Ele próprio sentiu que não havia mais clima para continuar
dirigindo a Igreja paraibana. “Creio que o melhor, pelo momento, para a
Igreja Universal e para a Igreja Particular da Paraíba, seja a minha
renúncia. Ante o desgaste enfrentado, sinto-me no dever de evitar
comprometer a Unidade na Caridade, a expressão característica e
essencial da Igreja de Jesus Cristo”.
Polêmica Paraíba
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