Carlinhos Cachoeira é preso em operação contra lavagem de dinheiro
A ação é realizada pelo Ministério
Público Federal em parceria com a Polícia Federal. Também há mandados de
prisão contra Adir Assad e Fernando Cavendish, que é dono da empresa
Delta Construções. O ex-diretor da Delta Cláudio Abreu foi preso em
outro condomínio de luxo de Goiânia.
Advogado de Cachoeira, Antônio Nabor
Bulhões disse que ficou sabendo da prisão no início da manhã, após uma
ligação da esposa do cliente, Andressa Mendonça. O advogado informou que
irá se inteirar do caso para se pronunciar.
Por volta das 7h, a PF esteve na
casa de Fernando Cavendish, mas os agentes descobriram que empresário
está no exterior. A casa de Cavendish fica na Rua Delfim Moreira, um dos
endereços mais caros do Rio de Janeiro. Os policiais chegaram ao local
por volta das 6h25.
Além de Goiás e Rio de Janeiro, a
operação é realizada em São Paulo. Segundo o Ministério Público Federal,
dentre os denunciados estão executivos, diretores, tesoureira e
conselheiros da empreiteira, além de proprietários e contadores de
empresas fantasmas, criadas por Carlinhos Cachoeira, Adir Assad e
Marcelo Abbud.
Lavagem de dinheiro
O
MPF descobriu que, entre 2007 e 2012, quase 100% do faturamento da
Delta veio de contratos públicos, chegando ao montante de quase R$ 11
bilhões. Conforme os investigadores, desse total, mais de R$ 370 milhões
foram lavados por meio de pagamento ilícito a 18 empresas de fachada,
criadas pelos chamados "operadores" do esquema.
Segundo o Ministério Público
Federal, eles lavavam o dinheiro público em contratos fictícios e
sacavam o dinheiro em espécie para o pagamento de propina a agentes
públicos. Assim, de acordo com os investigadores, eles impediam o
rastreamento das verbas.
De acordo com o MPF, todos os
pagamentos a fornecedores eram de responsabilidade do setor
administrativo e financeiro da matriz da Delta, sediada no Rio de
Janeiro. No entanto, os escritórios e centros de custo dos membros do
conselho e dos diretores regionais realizaram despesas com diversas
empresas de fachada.
Conforme a investigação, foram
utilizados 116 centros de custo vinculados a escritórios regionais e
obras da empreiteira em todo território nacional, para o repasse direto e
indireto de verbas ilícitas.
Rastreando os pagamentos feitos pela
Delta às empresas de fachada, o MPF verificou um aumento significativo
dos valores das transferências em anos de eleições.
O MPF pede a condenação de todos os envolvidos pela prática de lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Carlinhos Cachoeira
Acusado
de chefiar um esquema de exploração ilegal de caça-níqueis em Goiás,
Cachoeira já havia sido preso em fevereiro de 2012, quando a Operação
Monte Carlo foi deflagrada pela PF e o Ministério Público Federal. Ele
ganhou liberdade em 11 de dezembro do mesmo ano.
Desde então, Cachoeira já foi
condenado por diversos crimes. A última condenação foi no dia 23 de
setembro, pelo crime de violação de sigilo funcional, com pena de três
anos de prisão.
Paula Resende
Do G1
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