Menina de 13 anos denuncia estupro coletivo após festa junina
Delegada deve ouvir mais depoimentos sobre o caso
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A adolescente de 13 anos, que foi estuprada por oito
rapazes em Juiz de Fora, e a família dela foram encaminhadas para um
local seguro como forma de preservá-las. Um vídeo feito pelo grupo e
disponibilizado na internet também já foi incluído nas investigações.
“São
imagens muito rápidas. Já temos este vídeo que foi publicado em um
perfil de uma rede social e depois excluído. A pessoa que publicou já
foi identificada e será chamada para prestar esclarecimentos”, ressaltou
a delegada Ângela Fellet.
A adolescente e a família foram
atendidos na Casa da Mulher. “A família recebeu as orientações para
assegurar a integridade física e moral. Foram encaminhados para apoio
psicológico e o suporte necessário. Vamos acompanhá-los de perto,
porque, neste momento de fragilidade, é necessário trabalhar toda a
família”, ressaltou a Coordenadora de Políticas Públicas para as
Mulheres, Rose França.
Segundo o Conselho Tutelar, a apuração
ocorre em sigilo e depois todos os fatos levantados serão encaminhados à
Vara de Infância e Juventude.
De acordo com o Boletim de
Ocorrência (BO), a adolescente contou que foi a uma festa junina na
escola onde estuda, de onde saiu acompanhada por uma amiga e outros dois
jovens. Eles foram a uma casa abandonada no Bairro Olavo Costa, onde
disse que consentiram em ter relação sexual.
No entanto, a vítima
relatou que oito suspeitos chegaram ao local e exigiram que as duas
garotas fizessem sexo com eles. A amiga da vítima se identificou como
irmã de um traficante do Bairro Vila Ideal e foi liberada junto com os
dois rapazes.
A
vítima contou que foi mantida no imóvel em cárcere privado e que teve
relações com todos sob ameaça. Ela só foi libertada na manhã de domingo e
registrou o caso. Ninguém foi localizado. De acordo com o BO, os exames
do médico legista não constataram lesão na vítima resultante de relação
sexual.
Depoimentos
Em depoimento nesta segunda-feira (27), a vítima acrescentou detalhes, segundo a delegada.
“Ela foi mantida presa pelo grupo das 20h de sábado (25) às 8h de domingo (26). Três estavam armados e eles deram bebida alcoólica a ela. Ressaltou que não conhece os autores, mas que a maioria aparentava ser adolescente e apenas um maior de idade”, disse.
“Ela foi mantida presa pelo grupo das 20h de sábado (25) às 8h de domingo (26). Três estavam armados e eles deram bebida alcoólica a ela. Ressaltou que não conhece os autores, mas que a maioria aparentava ser adolescente e apenas um maior de idade”, disse.
Ainda faltam ser
ouvidos a amiga e os dois jovens que estavam com a adolescente, quando o
grupo os rendeu na casa no Bairro Olavo Costa. O objetivo é identificar
os envolvidos para definir o encaminhamento da investigação.
“Quem
for maior de idade responde a inquérito policial e, comprovando o
envolvimento de adolescentes, haverá procedimento para apuração de ato
infracional”, afirmou.
Primeiro caso como este, diz delegada
A identificação e a detenção dos oito envolvidos é prioridade da
Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher. “É o primeiro caso
deste tipo que chega ao nosso conhecimento. Não vamos tolerar este tipo
de atitude na cidade. A Polícia Civil vai prender todos os autores. Quem
tiver informações que ajude deve ligar para o 181”, disse a delegada.
De acordo com Fellet, embora o BO tenha sido registrado como “outras infrações contra a dignidade sexual e a família”, o caso é de estupro de vulnerável.
De acordo com Fellet, embora o BO tenha sido registrado como “outras infrações contra a dignidade sexual e a família”, o caso é de estupro de vulnerável.
A delegada destacou a necessidade de discutir sobre
estupro coletivo. “É importante para chegar na causa destes crimes e não
apenas lidar com as consequências. Precisamos discutir o machismo, o
motivo de isso ocorrer contras as mulheres”, ressaltou.
G1
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