Ex-senador Gim Argello deve ser ouvido pela polícia nesta segunda-feira
O ex-senador Gim Argello (PTB-DF) deve prestar depoimento à Polícia
Federal (PF) às 14h desta segunda-feira (25). A informação é da PF. É a
primeira vez que ele é ouvido desde sua prisão, em 12 de abril. O
político foi preso preventivamente, por tempo indeterminado, na 28ª fase
da Operação Lava Jato.
A 28ª fase, deflagrada em 12 de abril e batizada de “Vitória de
Pirro”, investiga a cobrança de propinas para evitar a convocação de
empreiteiros em Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) sobre a
Petrobras, entre 2014 e 2015.
Gim, à época, era membro da CPI no Senado e vice-presidente da
Comissão Parlamentar Mista (CPMI), da Câmara e do Senado. Ele foi
senador entre 2007 e 2015. O nome da operação significa uma vitória
obtida a alto custo.
Conforme os investigadores, o nome de Gim Argello apareceu nas
delações do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) e do dono da
UTC, Ricardo Pessoa.
O Ministério Público Federal (MPF) diz que há evidências de que o
ex-senador pediu R$ 5 milhões em propina para a empreiteira UTC
Engenharia e R$ 350 mil para a OAS. As duas empresas são investigadas na
Lava Jato.
Os recursos foram enviados a partidos indicados por Gim – DEM, PR,
PMN e PRTB – na forma de doações de campanha. O procurador Carlos Lima
afirmou que o esquema de travestir propinas em forma de doações
aparentemente legais “já existe e há muito tempo”.
Os investigadores dizem ainda que não há indícios de que os partidos
beneficiados sabiam das negociações e da origem ilícita dos recursos. As
siglas, juntamente com o PTB, formaram em 2014 a coligação “União e
Força”, pela qual Gim Argello era candidato a novo mandato de senador
pelo DF.
Outros presos
Na 28ª fase da operação, também foram presos o assessor de Gim, Paulo
Cesar Roxo Ramos, e o ex-secretário-geral da Câmara Legislativa do
Distrito Federal, Valério Neves Campos. Eles tinham papel fundamental no
esquema, de acordo com o MPF.
“Ambos atuavam como operadores de Gim Argello na negociação e no
recebimento de propinas dissimuladas que foram pagas pela UTC. No caso,
os representantes deslocaram-se, por diversas vezes, de Brasília para
São Paulo, para fazer reuniões na sede da UTC com o fim de apontar a
forma pela qual a propina destinada a Gim deveria ser paga”, disseram os
procuradores em documento que fundamentou a 28ª fase.
Paulo e Valério foram liberados no dia 15 de abril. Segundo os
advogados, ambos afirmaram em seus depoimentos que são inocentes de
quaisquer crimes apontados contra eles. Ao decidir liberá-los, Sérgio
Moro, juiz responsável pelos processos da Lava Jato em 1ª instância,
afirmou que ambos podem voltar a ser ouvidos “em curto prazo”.
G1
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