Maria Magdalena Arraes, primeira-dama de Pernambuco por três vezes, morreu de causas naturais nesta quinta-feira (11), no Recife
Magdalena era matriarca da família Arraes de Alencar e tinha como descendentes as deputadas Marília Arraes, Maria Arraes e Ana Arraes, o prefeito de Recife João Campos e também do deputado Pedro Campos
Ex-primeira dama de Pernambuco, Magdalena Arraes, tinha 95 anos — Foto: Reprodução/TV Globo |
Morreu no Recife, aos 95 anos, Maria Magdalena Fiuza Arraes de Alencar, viúva do ex-governador Miguel Arraes e primeira-dama de Pernambuco por três vezes. A morte foi confirmada pela família na manhã desta quinta-feira (11).
A causa da morte de Dona Magdalena, como era conhecida, foi por causas naturais. O velório é realizado na sexta-feira (12), às 8h, na capela do Cemitério de Santo Amaro, no Centro do Recife. O sepultamento acontece no mesmo local, às 11h.
Perfil
Magdalena nasceu em Fortaleza, em uma tradicional família da política cearense. Aos 8 anos, ela se mudou para o Rio de Janeiro, onde, posteriormente, cursou letras na Universidade Católica Brasileira, tendo se especializado em grego, latim e português.
Trabalhou como professora de latim no Rio de Janeiro, até que, em uma viagem em Paris, conheceu Miguel Arraes, então prefeito do Recife. Magdalena foi a segunda esposa de Arraes, que ficou viúvo de Célia de Souza Leão.
Arraes e Magdalena se casaram no ano seguinte e tiveram dois filhos: Mariana e Pedro Arraes. Ela ocupou o posto de primeira-dama do estado nos três mandatos do marido como governador, tornando-se a mulher que mais esteve nessa posição em Pernambuco.
Quando Maria Magdalena conheceu Miguel Arraes, no começo dos anos 1960, ele já era viúvo e tinha oito filhos da primeira esposa, Célia Arraes, todos menores de idade. Quando se casaram, a ex-primeira-dama não era considerada por ele como madrasta, e sim, como uma segunda mãe.
Ao lado do ex-governador, vivenciou momentos marcantes da história política do país, como o golpe militar de 1964, quando teve que ir para o exílio na Argélia ao lado dele.
Sua ligação com a política, porém, vem de berço. Ela era neta de João Tomé Saboia, governador do Ceará entre os anos de 1916 a 1919 e senador entre 1921 e 1930.
Em 2015, Magdalena teve sua vida relatada em uma biografia escrita pelo jornalista Laílson Cavalcanti e pela escritora Valda Colares. O livro "Magdalena Arraes - A Dama da História" conta episódios como o primeiro encontro dela com Miguel Arraes e passagens sobre o golpe militar e o exílio na Argélia. A obra traz um poema escrito por Magdalena após a morte do marido.
Família lamenta morte
Em nota assinada pelos filhos, netos e bisnetos, a família de Magdalena disse que a ex-primeira-dama foi "um exemplo de amor e dedicação" e deixou um legado de bondade e generosidade.
"Sua partida deixa uma saudade imensa em todos que tiveram a honra de conhecê-la e conviver com ela", disse a família de Magdalena na nota.
O prefeito do Recife, João Campos (PSB), afirmou que a morte da bisavó marca um dia difícil e ressaltou os ensinamentos de Magdalena.
"Ela sempre foi um pilar de força em nossa família, uma mulher altiva, sensível e firme, sobretudo nos momentos mais difíceis. Liderou processos e inspirou transformações que até hoje nos influenciam. Neste momento de luto, nos unimos em lembrança e gratidão por tudo que ela representou e nos ensinou", declarou João.
A deputada federal Maria Arraes (Solidariedade) também se pronunciou sobre a morte de Magdalena por meio de nota.
"É com imenso pesar, mas também com gratidão eterna pelo seu legado de amor e generosidade, que celebro a memória da nossa querida vovó Mada, uma mulher inspiradora, que dedicou sua vida à família e à educação. [...] Vovó Mada vive em nós!", afirmou Maria Arraes.
A ex-deputada federal Marília Arraes, que é neta da primeira esposa de Arraes, também lamentou a morte de Magdalena, a quem considera uma avó.
"Eu tive o privilégio de ser sua neta por 40 [anos], quanta honra! Poucas pessoas fizeram tão bem ao mundo quanto ela fez. À frente do seu tempo, corajosa, de uma generosidade e um senso de justiça imensos", afirmou Marília, também em nota.
O Partido Socialista Brasileiro (PSB), que já foi presidido por Miguel Arraes, também lamentou o falecimento de Magdalena e destacou a participação dela em momentos importantes na história da política de Pernambuco.
"Foi uma agente de transformação nesse processo, especialmente com seu olhar cuidadoso voltado às pessoas em situação de vulnerabilidade social durante as gestões do ex-governador Miguel Arraes", declarou o PSB, em nota.
Blog JURU EM DESTAQUE com G1 PE
Nenhum comentário:
Postar um comentário