A BraisCompany, corretora de criptoativos que está na mira da Operação Halving da Polícia Federal, também está afundada em dívidas na esfera federal. Vários impostos da empresa de Antônio Neto Ais e Fabrícia Farias, casal considerado foragido pela Justiça, estão em atraso, no mínimo desde 2021. O Paraíba Já apurou as cifras negativas da empresa sediada em Campina Grande.

As dívidas da BraisCompany estariam em torno de R$ 7,2 milhões, em seu valor consolidado.

Confira impostos em débito da BraisCompany:

  • Imposto sobre a renda das pessoas jurídicas (IRPJ);
  • Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL);
  • Programa de Integração Social (PIS);
  • Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS).
Dívidas da Braiscompany em impostos - (Foto: Reprodução/Arte Paraíba Já)

Os valores inscritos na dívida da corretora de criptoativos é de R$ 5,8 milhões. Mas é cobrado como devido da BraisCompany a cifra consolidada de R$ 7,2 milhões.

Neste valor global, não há débito previdenciário nem de FGTS imputados à empresa.

Os dados do débito foram divulgados pelo advogado especialista em blockchain, Artêmio Picanço, e confirmados em apuração do Paraíba Já.

Balanço patrimonial e pendências

De acordo com o balanço patrimonial da BraisCompany, com dados de 2022, a empresa tem mais de R$ 17 milhões em diversas pendências, como valores a recolher, cifras a pagar, parcelamentos e “outras contas a pagar”. O Paraíba Já teve acesso e detalha os valores das pendências.

São mais de R$ 2,5 milhões em impostos e contribuições a recolher. Os dados incluem mais de R$ 1,1 milhão em parcelamento de negociação junto à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), e quase R$ 1 milhão em parcelamento do IRPJ e Cofins.

Em detalhes, a empresa de Antônio Neto Ais e Fabrícia Farias comprovam as seguintes pendências tributárias: R$ 29,1 mil de PIS a recolher; 29,8 mil de CRF (imposto retida na fonte) a recolher; R$ 8,3 mil de IRPF sem nota fiscal a recolher; R$ 2,8 mil de INSS retido a recolher; R$ 2 mil de ISS retido a recolher.

Além disso, também constam R$ 11,7 mil de parcelamento de PIS; R$ 522,4 mil de parcelamento do Cofins; R$ 212,3 mil de parcelamento do CSLL; R$ 46,5 mil de IRPF pessoa física; R$ 469 mil de parcelamento do IRPJ.

Para finalizar, a BraisCompany também declara a dívida de quase R$ 1,1 milhão em parcelamento de negociação junto à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

Impostos trabalhistas e obrigações sociais

Ainda consta quase meio milhão de reais como obrigações trabalhista e previdenciária a pagar, como evidencia o próprio balanço da BraisCompany.

Maior pendência é com a remuneração de autônomos, que chega a quase R$ 150 mil.

Confira em detalhes:

  • Salários e ordenados a pagar: R$ 30,4 mil;
  • Pró-labore a pagar: R$ 73,1 mil;
  • Indenizações a pagar: R$ 38,5 mil;
  • 13º salário a pagar: R$ 6,6 mil;
  • Férias a pagar: R$ 43,1 mil;
  • Convênios a pagar: R$ 2,5 mil;
  • Remuneração autônomos a pagar: R$ 147,1 mil.

As obrigações sociais também geram pendências de mais de R$ 156 mil à corretora de criptoativos campinense. Sendo: INSS a recolher é de R$ 134,8 mil; FGTS a recolher é R$ 19,3 mil; parcelamentos de INSS são quase R$ 2 mil.

Pendências com jurídico e mais obrigações tributárias

O jurídico criminal da empresa, feito pelo escritório Nelson Wilians e Advogados Associados consta nas pendências da BraisCompany, tendo R$ 150 mil no “contas a pagar”. Também consta quase R$ 1 milhão como “outras obrigações”.

O passivo não-circulante da empresa de Ais registra pendência de R$ 6,2 milhões. E outras obrigações sociais de passivo exigível a longo prazo somam R$ 69, 8 mil, referentes a parcelamentos de INSS.

Para finalizar, mais obrigações tributárias que giram em torno de R$ 6,1 milhões. As pendências são de vários parcelamentos, de PIS, COFINS, CSLL, IRPJ e PGFN.

Pendências da BraisCompany, de acordo com seu próprio balanço, com recolhimentos, valores a pagar, obrigações e parcelamentos somam mais de R$ 17 milhões.

A BraisCompany segue sem pagar os rendimentos aos clientes-investidores. Os donos Antônio Neto Ais e Fabrícia Farias ainda não se manifestaram publicamente sobre os atrasos nem sobre serem alvos da operação da Polícia Federal.

Casal é considerado foragido da Justiça. Juiz já determinou prisão preventiva, além de aviso à Interpol.

Paraíba Já