Elisa Sanches, uma das maiores estrelas pornô do Brasil, abre o jogo sobre tentativa de estupro em autobiografia: ‘Desencadeou uma carência’
Conhecida
como uma das maiores estrelas pornô do Brasil atualmente, Elisa Sanches
se prepara para contar segredos de sua trajetória em uma autobiografia.
Com a obra, que tem previsão de lançamento para o segundo semestre
deste ano, a atriz pretende mostrar um lado mais humanizado, em que fala
sobre uma tentativa de estupro que sofreu na infância, além de
registrar sua trajetória até o topo, sendo procurada até pela funkeira
Jojo Todynho para dar dicas de sexo.
O que te motivou a iniciar o projeto de escrever um livro?
Eu fiquei pensando muito [nesse livro] na época da pandemia, porque eu
queria que as pessoas entendessem um pouco mais do que elas sempre
perguntam diariamente. Os fãs têm essa curiosidade e nem sempre eu
consigo responder todas as pessoas, porque são muitos fãs do Brasil todo
e até fora do país. Então, na época, eu pensei um pouquinho sobre
escrever a minha história em um livro para as pessoas entenderem por que
eu me tornei garota de programa, por que eu virei atriz… Muitas pessoas
gostam de mim por eu ser povão, por eu ser uma pessoa simpática e
sempre feliz, e eu queria falar para as pessoas o porquê de, no meio de
um trabalho tão diferente, eu ter continuado como a mesma pessoa. Não
deixando de ser uma pessoa boa, mesmo que eu ganhasse dinheiro, sendo
humilde, tratando as pessoas sempre com carinho, sempre com atenção.
E, no livro, você traz alguma história que mesmo quem te acompanha ainda não conheça? Tem alguma coisa que você pode citar?
Eu acredito que uma parte bem polêmica, que acontece muito com as
meninas que entram para essa vida, tem a ver com pedofilia. A maioria
das meninas entra porque não tem aquela família tão unida, não tem o
carinho dos pais… Não é pela questão financeira somente. Um dos motivos
que me levou para essa vida, primeiramente, foi com 13 anos, [quando] o
meu ex-padrasto tentava abusar sexualmente de mim. Ele não
conseguiu tirar minha virgindade, mas ele tentou abusar sexualmente de
mim, e eu consegui sair sem que ele fizesse a violência corporal.
Como foi lidar com esse tipo de violência sendo tão nova?
Eu me senti muito triste, porque eu pensava que podia ter uma pessoa em
que pudesse confiar, mesmo que não fosse meu pai biológico.
Infelizmente, isso fez com que eu não tivesse força para qualquer coisa
que eu passasse na vida, pelo contrário, me deixou muito abalada. Isso
desencadeou uma carência de uma figura paterna. Minha mãe se separou do
meu pai, então, eu já não tinha a figura presente; às vezes, em
relacionamentos, eu procurava alguém que me desse aquele carinho que eu
não tive do meu pai, nem do meu padrasto.
Por que você decidiu se tornar garota de programa?
O que fez eu entrar ‘pra vida’ de vez foi quando eu estava me
relacionando com o pai da minha filha, meu ex-marido. Ele não era uma
pessoa fiel, uma pessoa que me desse tudo que eu precisasse. Quando eu
me separei dele, eu falei: ‘Olha, você não me valoriza como mulher, você
não me dá a segurança que eu preciso e você sempre está olhando para um
monte de mulheres; também está me traindo e, um dia, vou me tornar como
essas mulheres que você olha e eu vou me tornar até pior do que essas
mulheres’. Cansei de me sentir aquela mulher ‘certinha’, eu queria ser
igual às mulheres que ele olhava. Então, juntou a traição e a falta de
segurança, com a magoazinha que eu tive do meu padastro para eu falar:
‘Vou entrar pra vida’.
Você está solteira atualmente?
Estou completamente solteira, e eu o que eu tenho eu dou para minha
filha. As coisas que eu gosto de fazer e viver são mais com amigas, do
que um relacionamento. Porque, mesmo trabalhando com programa, eu exijo
fidelidade. Para eu ter um relacionamento aberto, em que o rapaz sai com
outras meninas, tem que ser uma coisa conversada, já que eu também
gosto de mulher. Mas, às vezes, as pessoas preferem fazer escondido e
acaba que eu não consigo, de repente, ter o prazer de fazer um menáge
[sexo a três], que eu acho legal também.
Mas você ainda vive de programas?
Hoje em dia, eu não preciso mais de fazer programas porque eu trabalho
mais com plataformas digitais. Eu consigo fazer com que o cara fique
seguro, porque eu não preciso mais do sexo para conseguir manter o meu
dinheiro. É opcional, posso transar porque eu quero um extra, mas não é
uma necessidade. Então, eu prefiro não manter o relacionamento, já que é
quase impossível encontrar um cara bom, sexualmente falando, e fiel, é
raro.
Por outro lado, você parece ser bem apegada a sua filha. Como é a relação entre vocês duas?
A minha filha é muito inteligente, e tudo o que eu sou ela é um
pouquinho mais, ela tem as mesmas qualidades que eu. Como o pai dela não
dá nada, ela reconhece que foi através do meu dinheiro, do meu
trabalho, que eu coloquei ela na melhor escola, no melhor curso de
inglês, em tudo que ela pudesse ter. Eu procurei acompanhar todas as
mudanças de vida dela, desde quando ela ‘se tornou mocinha’, até ela ter
o primeiro namoradinho e etc. Como mãe, eu procuro dar amor, carinho,
atenção e estar ali presente em tudo, torcendo para que ela consiga ser
uma mulher de verdade.
E você já tem uma previsão de quando essas e outras histórias chegarão ao público em sua biografia?
Provavelmente, até agosto. Eu
faço aniversário no dia 21 de agosto, acho que vai ser um bom presente
para mim. Acredito até que seja a comemoração do meu aniversário, do
livro e de uma história de muita luta e sofrimento, mas que eu venci, eu
não me entreguei. Já tentei suicídio, já tomei chumbinho, já fiz
lavagens no hospital… Teve uma noite em que eu fraquejei muito, eu
falei: ‘Não vale a pena viver, eu não tenho um bom marido, não tive uma
família boa…’ Então, houve momentos em que eu fiquei muito entristecida e
achava que eu não fosse forte. Acho que, depois de passar por tantas
coisas, eu pensei: ‘caramba, eu consegui sobreviver no mundo’.
Você se sente uma mulher feliz hoje em dia?
O que me compensa não é o lado financeiro e não é só a filha maravilhosa
que eu tenho. O que me compensa de verdade é o que eu tenho dentro de
mim: os meus valores reais. Por isso que eu penso que a vida vale a
pena: porque eu não me corrompi. O que me deixa mais feliz mesmo é que
eu permaneci, continuo com a mesma personalidade desde quando eu era bem
novinha. E a minha maior força é o que eu tenho dentro de mim.
Fonte: Meia Hora - Créditos: Polêmica Paraíba - Publicado por: Suedna Lira
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