Foto: AP Photo/Andres Poblete
O candidato de esquerda
Gabriel Boric foi eleito presidente do Chile neste domingo (19). Aos 35
anos, será a pessoa mais jovem da história a ocupar o cargo. Ele já foi
deputado e líder estudantil.
Numa eleição
marcada pela polarização política, Boric venceu o advogado José Antonio
Kast, de ultradireita. Kast informou em rede social que telefonou para o
rival reconhecendo a derrota e parabenizando-o pela vitória.
Até as 20h10 deste domingo, com 98,77% das urnas apuradas, Boric tinha 55,9% dos votos, contra 44,2% de Kast.
Boric havia ficado em segundo lugar no primeiro turno,
com 25,82%. Já Kast teve 27,91%. É a primeira vez desde a
redemocratização, três décadas atrás, que um candidato que não venceu o
primeiro turno chega à presidência.
Polarização
Boric e Kast representaram lados opostos do espectro político e disputaram cada voto do eleitorado.
O novo presidente representa uma esquerda progressista revitalizada, que
cresceu muito desde os protestos de 2019. Já Kast fundou o
ultraconservador Partido Republicano e avalizou a mensagem “lei e ordem”
na campanha.
Boric disputou a presidência do Chile com a idade mínima
exigida e foi o mais jovem dos sete candidatos na disputa pela sucessão
do conservador Sebastián Piñera. Sua candidatura representa a coalizão
“Aprovo Dignidade”, que reúne a Frente Ampla e o Partido Comunista.
Sua maior
crítica à democracia após a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) é
ter continuado com o modelo econômico liberal que deixou uma classe
média e baixa endividada para pagar a educação, a saúde e a previdência
privada.
Liberal em temas sociais, o novo presidente defende “um Estado de bem-estar” ao estilo europeu na área econômica.
Solteiro e oriundo de Punta Arenas, no extremo sul do país, Boric
cresceu no seio de uma família simpática aos partidos Socialista e
Democrata-Cristão.
“Sou da Patagônia Austral, onde começa o mundo, onde se fundem todos os
contos e a imaginação, no Estreito de Magalhães, que inspirou tantos
romances”, disse, orgulhoso de sua região.
Ele afirmou ainda que quer para o Chile “algo que na Europa seria
bastante óbvio, que é garantir um estado de bem-estar para que todos
tenham os mesmos direitos, independentemente de quanto dinheiro possuem
na carteira”, resumiu.
Fonte: G1 - Publicado por: Gerlane Neto
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