Morre de Covid-19 em hospital penitenciário, José Márcio Felícia, o 'Geleião', um dos fundadores do PCC, facção criminosa em São Paulo
José
Márcio Felício, o Geleião, um dos fundadores do Primeiro Comando da
Capital (PCC), morreu aos 60 anos nesta segunda-feira (10), no Centro
Hospitalar do Sistema Penitenciário, na cidade de São Paulo, por causa
da Covid-19.
De
acordo com a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), o preso
faleceu por volta das 06h30 na unidade de saúde, onde estava internado
desde o dia 09 de abril para tratamento da doença.
Segundo
fontes do serviço penitenciário, Geleião estava preso desde 1979 na
Penitenciária Orlando Brando Filinto, na cidade de Iaras, região de
Itapetininga.
Ele
estava preso havia cerca de 42 anos. Geleião foi acusado e condenado de
cometer outros crimes na prisão, como ordenar ataques e assassinatos de
agentes das forças de segurança.
Geleião
foi um dos responsáveis pela fundação do PCC nos anos 90, e chefiou a
facção de dentro da cadeia por aproximadamente 10 anos.
De acordo com policiais ouvidos pelo G1, ele era o último fundador vivo da facção. Todos os outros fundadores já morreram ou foram assassinados.
Em 2002, Geleião acabou se tornando inimigo da cúpula do PCC e começou a delatá-los para a polícia.
Facção surgiu em 1993
O PCC foi criado por
oito presos no dia 31 de agosto de 1993, no anexo da Casa de Custódia de
Taubaté, a 130 km da capital. Os detentos do chamado “Piranhão”,
apontado como o presídio mais seguro de São Paulo, haviam sido
transferidos da capital para Taubaté por mau comportamento.
O
grupo surgiu em uma partida de futebol. Os oito detentos que fundaram a
facção eram Ademar dos Santos (Dafé), Antônio Carlos dos Santos (Bicho
Feio), Antonio Carlos Roberto da Paixão (Paixão), César Augusto Roris da
Silva (Cesinha), Isaías Moreira do Nascimento (Isaías Esquisito), José
Márcio Felício (Geleião), Misael Aparecido da Silva (Misa) e Wander
Eduardo Ferreira (Eduardo Cara Gorda).
Aos fundadores originais juntaram-se posteriormente Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, e Carlos Ambrósio, o Sombra.
O
time de criminosos afirmava que o grupo havia sido criado para “vingar a
morte dos 111 presos no massacre do Carandiru”, em referência ao
episódio ocorrido no dia 02 de outubro de 1992, quando a tropa de choque
da Polícia Militar, ao tentar conter uma rebelião no pavilhão 9 da
extinta Casa de Detenção de São Paulo, provocou o maior massacre da
história carcerária do Brasil.
A
primeira grande ação do grupo criminoso aconteceu em fevereiro de 2001,
quando detentos em 27 presídios se rebelaram simultaneamente. A
megarrebelião, coordenada por telefones celulares levados ilegalmente
para dentro dos presídios, deixou saldo de 16 presos mortos.
Em
2002, Marcola assumiu a chefia do grupo, depois de uma disputa interna
com Geleião e Cesinha, considerados a ala mais “radical” da facção. Sob o
comando de Marcola, os criminosos voltaram a chamar a atenção quando,
em 2003, supostamente participaram do assassinato do juiz-corregedor
Antonio José Machado Dias, que fiscalizava o presídio de Presidente
Bernardes.
Por
conta da transferência de integrantes do grupo para Presidente
Bernardes, o grupo orquestrou, em 2006, ataques a policiais civis,
militares e funcionários de presídios em todo o estado.
Mortes por Covid no sistema prisional
Segundo levantamento do
Ministério Público divulgado em abril, ao menos 100 pessoas do sistema
prisional do estado de São Paulo morreram de Covid-19 em pouco mais de
um ano de pandemia. Foram 40 presos (índice de 0,32% de letalidade) e 60
servidores (1,96%) mortos pela doença.
Os dados são da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).
Fonte: G1 - Créditos: Polêmica Paraíba - Publicado por: Adriany Santos
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