Conheça o alagoano Arthur César Pereira de Lira, novo presidente da Câmara dos Deputados
Apoiado por Bolsonaro, parlamentar é líder do Centrão e tem forte ligação com Eduardo Cunha
Arthur Lira (em pé, ao centro) comemora resultado da eleição - Fonte: Agência Câmara de Notícias |
O deputado Arthur César Pereira de Lira (PP-AL) é o novo presidente da Câmara. O parlamentar está em seu terceiro mandato consecutivo e
chegou à presidência nesta segunda-feira (01/02) com o apoio do
presidente Jair Bolsonaro (sem partido), vencendo Baleia Rossi (MDB-SP),
candidato do ex-presidente Rodrigo Maia (MDB-RJ). Arthur Lira presidirá a Câmara pelos próximos dois anos.
Graduado
em Direito pela Universidade Federal de Alagoas, Lira tem 51 anos e é,
além de advogado, empresário do ramo agropecuário. Natural de Maceió, é
filho do ex-senador e atual prefeito de Barra de São Miguel (AL),
Benedito Lira.
O
novo presidente da Câmara foi vereador da capital alagoana pelo PFL
entre 1993 e 1996 e pelo PSDB entre 1997 e 2003. Também foi deputado
estadual em Alagoas pelo PTB entre 2003 e 2007 e pelo PMN de 2007 a
2011.
Na última eleição para a presidência da Câmara dos Deputados, Lira ensaiou uma candidatura, mas desistiu por considerar que teria poucas chances contra Rodrigo Maia.
Filiado ao PP desde 2009, o deputado lidera a legenda e, também, o bloco do Centrão, formado por PL, PSD, Solidariedade e Avante e pelo próprio PP.
Lira tem forte ligação com o ex-presidente Eduardo Cunha (MDB-RJ),
preso desde 2016 pela Operação Lava-Jato e condenado pelos crimes de
corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Essa
boa relação ajudou Lira a se eleger presidente da Comissão de
Constituição e Justiça da Câmara, em março de 2015. Ele também presidiu a
Comissão Mista de Orçamento, em 2016.
Em junho daquele
ano, Arthur Lira apresentou à CCJ um parecer favorável a Cunha, na
tentativa de evitar a cassação de seu aliado. A estratégia não
funcionou, e Cunha acabou perdendo o mandato três meses depois.
PROBLEMAS COM A JUSTIÇA
Nesta segunda-feira, dia da eleição para a Mesa Diretora da Câmara, o jornal O Estado de S. Paulo
noticiou que, em 2006, quando Arthur Lira era primeiro secretário da
Assembleia Legislativa de Alagoas e responsável pela gestão financeira
da Casa, ordenou – sem licitação – o pagamento de R$ 42.988,00 dos
cofres públicos para a compra de uma caminhonete Mitsubishi L200 Sport
HPE para Jully Beltrão Lima, filha do falecido ex-deputado João Beltrão.
A
despesa foi julgada ilegal pela Justiça alagoana, que condenou Lira e
mais quatro pessoas por improbidade administrativa, decisão da qual o
deputado vem recorrendo desde 2016.
Lira também é réu em dois processos no Supremo Tribunal Federal. De
acordo com uma das denúncias, oferecida em abril de 2018 pela
Procuradoria-Geral da República, ele recebeu R$ 106 mil de Francisco
Colombo, ex-presidente da Companhia Brasileira de Transportes Urbanos
(CBTU), em troca de apoio político para se manter no cargo. O dinheiro
foi apreendido em fevereiro de 2012 com um assessor de Lira, que tentava
embarcar em um voo – pago pelo deputado – de São Paulo para Brasília
com a quantia escondida na roupa.
O outro processo a que
Arthur Lira responde no STF é o do “quadrilhão do PP”, dentro da
Operação Lava Jato. Ele e outros membros do partido são acusados de
formar uma organização criminosa que teria praticado crimes contra
diversos órgãos públicos, como Petrobras, Caixa Econômica Federal e
Ministério das Cidades. O esquema teria durado aproximadamente dez anos e
teria desviado, só da Petrobras, cerca de R$ 29 bilhões.
O
parlamentar também é alvo de processo que corre na Justiça de Alagoas,
pela suposta prática de rachadinha, entre 2001 e 2007. O esquema teria
movimentado R$254 milhões. Lira foi absolvido em primeira instância, mas
o Ministério Público do Estado de Alagoas recorreu da decisão em
dezembro de 2020. O recurso ainda não foi julgado.
Arthur
Lira ainda é réu um processo que tramita na Justiça do Distrito Federal,
em que Jullyene Cristine Santos Lins, sua ex-esposa, o acusa de
difamação e injúria, pelo fato de ele ter dito que ela “é uma vigarista
profissional querendo extorquir dinheiro, inventando histórias”. O
deputado deu a declaração para rebater a afirmação de Jullyene de que
ele ocultou um patrimônio de R$40 milhões recebidos como propina.
Outra
acusação que pesa sobre Lira é a de ter emitido um cheque sem fundo no
valor de R$48.884,54, em 1996, para pagamento de uma parcela de um
imóvel. Segundo informações da revista Veja, o deputado foi
condenado em três instancias judiciais a pagar a dívida com juros e
correção monetária. A última decisão foi proferida pelo Superior
Tribunal de Justiça e determinou o bloqueio das contas bancárias do
deputado. Mas o saldo do deputado era insuficiente para quitar o débito.
https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2021/02/02/interna_politica...
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