terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Líder de culto sexual apocalíptico é condenado a mais de mil anos de prisão

Chefe de seita sexual apocalíptica é condenado a 1.075 anos de prisão por dez crimes separados 

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Um tribunal de Istambul (Turquia) condenou nesta segunda-feira (11/01) Adnan Oktar, líder de um culto sexual apocalíptico, a 1.075 anos de prisão por 10 crimes separados, entre eles agressão sexual, abuso sexual de menores, fraude, sequestro, extorsão e tentativa de espionagem política e militar, informou a emissora privada NTV.

Adnan Oktar, de 64 anos, é o chefe de uma seita considerada uma organização criminosa pelos promotores. Ele e dezenas de seus seguidores foram presos em operações simultâneas em 2018.

Enquanto pregava visões conservadoras, Oktar mantinha uma espécie de harém, cujas integrantes eram chamadas por ele de “gatinhas”, quase todas submetidas a várias cirurgias plásticas. As “gatinhas” costumavam ser vistas dançando em programas “supostamente religiosos” apresentados por Oktar na TV online – a A9 – da qual é dono.

Cerca de 236 suspeitos foram julgados no caso, 78 dos quais estão presos, de acordo com a agência de notícias oficial Anadolu. Durante o julgamento, Oktar chegou a dizer ao juiz que comandava o caso que tinha cerca de mil namoradas. Os favores sexuais do seu “harém” eram estendidos a membros da cúpula da seita. Pessoas que deixaram o culto afirmaram, na condição de testemunhas, que Oktar comandava a seita com mão de ferro, chegando a decidir a que cirurgias plásticas as mulheres deveriam se submeter.

“Todas tinham que ser iguais. O penteado, os sapatos, as jaquetas… Tinha que ser das marcas mais caras, como Versace e Gucci”, revelou uma delas.

Uma das mulheres no julgamento de Oktar identificada apenas como CC, disse ao tribunal que o líder da seita havia abusado sexualmente dela e de outras mulheres repetidamente. Algumas das mulheres que ele estuprou foram forçadas a tomar pílulas anticoncepcionais, CC disse ao tribunal.

Questionado sobre 69 mil pílulas anticoncepcionais encontradas em sua casa pela polícia, Oktar disse que elas eram usadas para tratar doenças de pele e irregularidades menstruais.

A teologia de Oktar, que também usava os nomes de Adnan Hoca e Harun Yahya, prega que a teoria da evolução das espécies é uma farsa e que o fim do mundo está próximo.

O antropólogo Daniel Martin Varisco chegou a definir a seita como “uma versão do Islã à moda Disney turbinada pelo sexo”. Em 2010, Oktar chegou a ser eleito um dos 50 muçulmanos mais influentes do mundo, de acordo com o “Daily Star”.

Fonte: Extra - Publicado por: Larissa Freitas

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