Zerar tributo do diesel teria impacto bilionário, diz presidente Jair Bolsonaro em novo apelo a caminhoneiros
Bolsonaro afirmou que a redução da PIS/Cofins do óleo diesel traria um impacto bilionário para os cofres públicos e que, para adotar essa medida, o governo precisa indicar de onde viria a compensação pela perda dos recursos
© Getty Images
BRASÍLIA, SP (FOLHAPRESS) - O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez um novo apelo neste sábado (30) para que os caminhoneiros não façam uma paralisação nesta segunda-feira (1º).
Ele afirmou ainda que
a redução da PIS/Cofins do óleo diesel traria um impacto bilionário
para os cofres públicos e que, para adotar essa medida, o governo
precisa indicar de onde viria a compensação pela perda dos recursos.
"A
gente apela para os caminhoneiros, eles realmente são o sangue que leva
o progresso, todo o movimento dentro do Brasil. Não é eu que vou
perder, o Brasil vai perder. Os senhores também vão perder", disse o
presidente durante passeio de moto por Brasília.
O preço do
combustível é um dos pontos que tem gerado insatisfação na categoria,
agravado pelo reajuste de 4,4% do óleo diesel nas refinarias anunciado
pela Petrobras nesta semana.
"Vocês têm razão nas
reivindicações, no passado houve muita gente comprando caminhões, por
planos de governos anteriores. Há um excesso de caminhões na praça. Isso
ajuda a diminuir o valor do frete, o que não é bom", disse Bolsonaro.
O presidente afirmou ainda que não quer prometer o paraíso e que todos no Brasil estão "numa situação bastante complicada".
"Olha,
eu fiz um apelo aos caminhoneiros, que o Brasil todo perde com uma
greve. Sabemos dos problemas deles, eu não quero culpar terceiros. Nós
fizemos já alguma coisa por eles.
Agora, fui em cima da Petrobras, para pegar números. Eu não interfiro na Petrobras. O preço do combustível registrado pelo [Roberto] Castello Branco, seu presidente, leva em conta basicamente o preço da cotação do dólar internacional e o preço do dólar internamente", disse.
Sobre
a redução da PIS/Cofins sobre o diesel, hoje em R$ 0,33 por litro, o
presidente disse que a eliminação da contribuição traria um impacto de
R$ 26 bilhões.
"A Receita apresentou para mim onde eu poderia achar parte desse recurso. É cobrir um santo e descobrir outro", afirmou.
"Eu
gostaria - não sei se estou certo, porque tem que falar com o Paulo
Guedes [ministro da Economia] antes - que não tivéssemos esse impedimento
na Lei de Responsabilidade Fiscal, [de] ao diminuir imposto ser
obrigado a achar a fonte para compensar o que foi diminuído em outro
local. Se não tivesse, eu zeraria agora imediatamente os R$ 0,33",
disse.
Entidades que representam caminhoneiros prometem
iniciar uma greve para pressionar o governo federal a negociar uma pauta
com dez exigências, em uma tentativa de repetir o movimento que, em
2018, parou o país por 11 dias e deu origem à tabela de preços mínimos
para os fretes rodoviários.
A realização da paralisação, no
entanto, não é consenso na categoria, e enfrenta oposição de grupos
patronais e do setor produtivo. Prestes a começar o escoamento das
safras de milho e soja, o agronegócio -que apoiou o movimento de 2018-
diz que obstruir a logística neste momento seria irresponsável.
Na
sexta, o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) proibiu a obstrução
da Rodovia Presidente Dutra, sob pena de multa de R$ 10 mil para pessoas
físicas e R$ 100 mil para pessoas jurídicas.
Lideranças listam como "a gota d'água" para a mobilização marcada
a falta de efetividade da aplicação do piso mínimo de frete, o preço do
óleo diesel e as regras para a aposentadoria de motoristas -somente os
que conduzem material inflamável conseguem enquadramento especial junto
ao INSS.
Notícias ao Minuto
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