Anvisa autoriza, nesta terça-feira,testes de mais uma vacina contra coronavírus no Brasil
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou, nesta terça-feira (18), testes de fase 3 de mais uma vacina contra a Covid-19 no Brasil: a Ad26.COV2.S, desenvolvida pela Janssen Pharmaceuticals, do grupo Johnson & Johnson. Esta é a quarta vacina a obter autorização de testes no país (veja detalhes mais abaixo).
A Anvisa
não informou a data de início dos testes, que depende de aprovação no
Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) – órgão do Ministério da
Saúde responsável pela avaliação ética de pesquisas clínicas – e da
organização dos pesquisadores para recrutamento dos voluntários.
Está prevista a participação de 7 mil pessoas, com idade mínima de 18 anos, em 7 estados: Bahia, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo. Ao todo, a empresa pretende testar 60 mil pessoas nesta etapa (a terceira e última), que avalia a segurança e a eficácia da vacinação.
Os participantes
deverão receber uma dose única da vacina ou um placebo (substância
inativa), para servir de grupo controle. A determinação de quem recebe a
vacina ou o placebo será feita de forma aleatória (randomizada), e nem
os voluntários, nem os pesquisadores saberão quais pessoas receberam
qual substância (esse tipo de estudo é chamado de “duplo-cego”).
Argentina e México produzirão até 250 milhões de doses da vacina de Oxford para a América Latina, exceto Brasil
As
primeiras etapas (1 e 2) dos testes da vacina da Johnson começaram em
julho, nos Estados Unidos e na Bélgica. Em um estudo com macacos
publicado na revista científica “Nature”, uma das mais importantes do
mundo, cientistas disseram que a vacina da empresa protegeu os animais
do Sars-CoV-2 (o novo coronavírus) com apenas uma dose.
Outros testes
Foto
do Governo do Estado de São Paulo mostra voluntária tomando vacina
experimental contra a Covid-19 da farmacêutica chinesa Sinovac, que está
sendo testada no Brasil, no dia 21 de julho, na capital paulista.
Existem outras três vacinas sendo testadas em última fase (a terceira) no Brasil:
a de Oxford (inglesa);
a da Sinovac (chinesa);
a da BioNTech/Pfizer (alemã/americana).
No
início do mês, a Fiocruz anunciou que pode começar a produzir a vacina
de Oxford em dezembro. A fundação firmou um acordo com a AstraZeneca,
farmacêutica que está por trás da produção, para repasse de tecnologia.
Na semana passada, a Anvisa autorizou que os voluntários recebessem a
segunda dose da vacina.
Na semana passada, o governo de São Paulo
anunciou que pode receber, até o fim do ano, 15 milhões de doses da
vacina da Sinovac, a “Coronavac”. A vacina tem previsão de ser
desenvolvida localmente pelo Instituto Butantan, que deve receber, a
partir de outubro, material para começar a produção em solo brasileiro.
n admite acelerar produção de vacina contra Covid-19 antes do fim dos testes
Segundo o diretor do instituto, Dimas Covas, após a aprovação da
vacina, ela será entregue ao Programa Nacional de Imunização, do
Ministério da Saúde, responsável pela distribuição e logística para o
resto do país. A expectativa do governo estadual é de que a vacina
esteja disponível em janeiro de 2021.
Vacina russa
Separadamente, o
governo do Paraná firmou uma parceria com a Rússia para desenvolver a
vacina criada pelo país, registrada na semana passada (a primeira no
mundo). Nenhum teste clínico da imunização foi, entretanto, aprovado
pela Anvisa até agora.
O estado criou um comitê para discutir ações
envolvendo as parcerias firmadas com Rússia e China, além de buscar
outras pesquisas em desenvolvimento.
De acordo com o Instituto de Tecnologia do Paraná, é possível que a
produção das doses comece a partir do segundo semestre de 2021. O
governo do estado disse que não descarta a possibilidade de importar a
vacina russa e não produzi-la, caso a eficácia seja comprovada.
Além
do Paraná, o estado de São Paulo também afirmou que foi procurado pelo
governo russo para firmar uma parceria, mas não fechou nem descartou um
acordo com o país.
A vacina russa levantou desconfiança na
comunidade internacional, porque o país não publicou estudos com os
resultados dos testes. A Rússia rejeitou as preocupações e anunciou que
começaria a vacinar os médicos do país em breve.
Parcerias com Sinopharm
O
governo do Paraná também assinou, no fim de julho, um acordo para
testes de fase 3 com a chinesa Sinopharm. O ensaio ainda não foi
autorizado pela Anvisa.
Na semana passada, o governo da Bahia também
anunciou uma parceria com a Sinopharm para os testes de fase 3. Esses
ensaios também não têm, por enquanto, autorização da agência.
Resultados publicados também na semana passada apontam que a vacina da
Sinopharm induziu a produção de anticorpos em testes iniciais em
humanos.
G1 - Publicado por: Suedna Lima
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