Ashley Madison: 4 mil brasileiros entraram em aplicativo de traição conjugal na pandemia
Empresa recomenda abrir o site em abas anônimas de navegação e deletar o histórico de sites do computador
Pelo menos 4.226 pessoas estão dividindo o mesmo teto com alguém sem
suspeitar que, a qualquer momento, poderão ser traídas. Isso porque esse
é o número de brasileiros que se inscreveu no site e aplicativo de
relacionamentos Ashley Madison — recomendado para quem está atrás de
relações extraconjugais — em um levantamento de 21 de março a 1º de
julho.
De acordo com a empresa, durante a pandemia foram registrados 17 mil
novos usuários diários, globalmente. A vontade de pular a cerca é maior
nos Estados Unidos, mas os brasileiros vêm logo atrás, seguido dos
usuários no Canadá.
Ashley Madison e o uso na pandemia
Estar mais próximo do parceiro oficial, por conta do isolamento
social, nem de longe desestimula a procura pela traição conjugal.
Segundo pesquisa promovida pelo aplicativo, inclusive, para a maioria
dos usuários do app quer ter “algo para esperar” assim que o
afrouxamento da quarentena for possível.
Para a sexóloga colunista de Universa Ana Canosa, a traição
construída virtualmente — durante a pandemia de coronavírus, vale dizer —
tem uma motivação diferente das que acontecem “na vida real”. “Usar o
aplicativo é uma coisa bem pensada por alguém, não algo que simplesmente
aconteceu na vida”, comenta.
O uso sigiloso é ensinado pela própria plataforma:
é recomendado criar uma nova conta de e-mail para vinculá-lo ao
serviço, ser cauteloso para dividir informações pessoais com quem
conversar pelo aplicativo. A empresa recomenda abrir o site em abas
anônimas de navegação e deletar o histórico de sites do computador.
Para mulheres procurando homens, a plataforma é gratuita. Mulheres
procurando mulheres e homens procurando mulheres podem se inscrever de
maneira gratuita como membros convidados para conhecer o site, mas
precisam comprar pacotes de créditos para outros usos. O pagamento
também é lançado no cartão de crédito sem identificar o fornecedor.
O aplicativo, que já enfrentou polêmicas pela exposição de dados dos
usuários e ataque hacker no passado, explica agora aos usuários que, em
2017, obteve a certificação de ‘Privacidade por Projeto’ que contempla
“tecnologias de informação, infraestrutura em rede e práticas
comerciais, atingindo assim o nível de proteção mais robusto possível”.
Ele está disponível para Android, iOS e no site.
UOL
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