Com chuvas Paraíba atinge melhor situação desde julho de 2014, aponta Monitor de Secas
A
Paraíba aumentou as áreas sem seca de 45,29% para 60,37%, entre os
meses de maio e junho, devido às chuvas. De acordo com o Monitor de
Secas, esta é a melhor situação da Paraíba desde o início do
monitoramento, em julho de 2014.
De
acordo com os dados divulgados nesta terça-feira (21), as chuvas entre
entre 10mm e 250mm permitiram uma redução da intensidade da Seca no
Agreste, além de diminuição da seca fraca no Cariri, na divisa com
Pernambuco, e no Sertão, na divisa com o Rio Grande do Norte.
Com
as chuvas de junho, o Monitor de Secas registrou uma redução das áreas
com o fenômeno em sete estados: Alagoas, Bahia, Paraíba, Pernambuco,
Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Por outro lado, houve o aumento
das áreas com o fenômeno em cinco estados: Ceará, Espírito Santo,
Maranhão, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Em Tocantins a área se manteve
estável. No caso do Rio de Janeiro, que entrou no Mapa do Monitor em
junho, foi registrada seca pela primeira vez no estado. Assim como
aconteceu em maio, no mês passado todas as 15 unidades da Federação
apresentaram partes de seus territórios sem registros de seca.
Em
cinco estados houve a redução da gravidade das secas: Bahia, Minas
Gerais, Paraíba, Pernambuco e Sergipe. Em Alagoas, Ceará, Espírito
Santo, Maranhão e Rio Grande do Norte continuam existindo somente áreas
com seca fraca. Em Tocantins, a severidade do fenômeno permanece
variando de fraca a grave em mudanças em relação a maio. Já no Piauí
aconteceu um leve aumento da área com seca moderada, enquanto no Rio de
Janeiro foi identificada uma porção com seca fraca. Como é a primeira
vez que DF e Goiás constam do acompanhamento, ainda não é possível
comparar a situação de ambos em relação a meses anteriores.
O mês
de junho faz parte do período chuvoso no leste do Nordeste. Também
integra o período seco em grande parte do centro-norte e oeste
nordestino, assim como na região Centro-Oeste. De acordo com a
climatologia do último mês, os maiores volumes de precipitação, com
valores acima de 150mm, ocorrem no noroeste do Maranhão e no litoral
leste do Nordeste. Volumes inferiores a 20mm são esperados tanto para o
interior da região Nordeste quanto para maior parte de Minas Gerais,
Goiás e Tocantins, além do Distrito Federal.
Em
junho de 2020, precipitações com acumulados superiores a 150mm
ocorreram no noroeste do Maranhão e em grande parte do litoral leste
nordestino. Já as menores precipitações aconteceram no interior do
Nordeste, bem como nos estados da parte central do Brasil, o que
resultou na caraterização do período seco nessas áreas.
Quando
analisados os últimos meses, há um predomínio de chuvas acima da média
no Nordeste, o que vem contribuindo para uma contínua redução da
severidade e das áreas de seca na maior parte desta região, onde agora
predominam condições que variam desde sem seca relativa até seca fraca.
Porém, devido à grande variabilidade das chuvas, ainda há pequenas áreas
de seca com intensidade variando de moderada a grave. Toda a seca na
região possui impactos somente de longo prazo.
O Monitor de Secas
tem uma presença cada vez mais nacional, abrangendo quatro das cinco
regiões do Brasil, o que inclui os nove estados do Nordeste mais
Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Tocantins, Goiás e
Distrito Federal – estes dois incluídos neste mês no Mapa do Monitor.
Tanto Mato Grosso do Sul quanto os três estados da região Sul (Paraná,
Rio Grande do Sul e Santa Catarina) já receberam treinamento e iniciaram
a etapa de testes para entrar no Monitor, o que já pode acontecer nos
próximos meses.
O Monitor realiza o acompanhamento contínuo do
grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores de seca e
nos impactos causados pelo fenômeno em curto e/ou longo prazo. Os
impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes até
seis meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo.
Essa ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto pelo site quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos Android e iOS.
O Monitor de Secas
O
Monitor de Secas é coordenado pela Agência Nacional de Águas (ANA), com
o apoio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos
(FUNCEME), e desenvolvido conjuntamente com diversas instituições
estaduais e federais ligadas às áreas de clima e recursos hídricos, que
atuam na autoria e validação dos mapas. Na Paraíba a Agência Executiva
de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA) é o órgão que atua no
Monitor de Secas. Por meio da ferramenta é possível comparar a evolução
das secas nos 14 estados e no Distrito Federal a cada mês vencido.
O
projeto tem como principal produto o Mapa do Monitor, construído
mensalmente a partir da colaboração dos estados integrantes do projeto e
de uma rede de instituições parceiras que assumem diferentes papéis na
rotina de sua elaboração.
Em operação desde 2014, o Monitor de
Secas iniciou suas atividades pelo Nordeste, historicamente a região
mais afetada por esse tipo de fenômeno climático. No fim de 2018, com a
metodologia já consolidada e entendendo que todas as regiões do País são
afetadas em maior ou menor grau por secas, foi iniciada a expansão da
ferramenta para incluir outras regiões. Em novembro de 2018, junho de
2019, janeiro de 2020, junho de 2020 e julho de 2020 aconteceram
respectivamente as entradas de Minas Gerais, Espírito Santo, Tocantins,
Rio de Janeiro, Goiás e DF (estes no mesmo mês) no Mapa do Monitor.
O
Monitor de Secas foi concebido com base o no modelo de acompanhamento
de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades
inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca,
traçado dos rascunhos do Mapa pela equipe de autoria, validação dos
estados envolvidos e divulgação da versão final do Mapa do Monitor, que
indica uma seca relativa – as categorias de seca em uma determinada área
são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região – ou a
ausência do fenômeno.
Fonte: Assessoria - Publicado por: Larissa Freitas
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