Brasil passa a Itália e torna-se terceiro país com mais mortes pelo novo coronavírus
O País atingiu a marca de 34.021 vidas perdidas pela Covid-19, tornando-se o terceiro em número de mortos.

© Reuters
Após 100 dias do primeiro
caso, o Brasil ultrapassou a Itália em número de mortes pelo novo
coronavírus. Com 1.473 novos óbitos registrados nas últimas 24 horas -
novo recorde diário, o País atingiu a marca de 34.021 vidas perdidas
pela Covid-19, tornando-se o terceiro em número de mortos, segundo
ranking da Universidade Johns Hopkins, às 19h, desta quinta-feira, 04.
Em segundo lugar está o Reino Unido (39.987 óbitos)
e, em primeiro, os Estados Unidos (108.120 óbitos). A Itália, que até
então era o terceiro país com mais mortes da doença causada pelo novo
coronavírus, tem 33.689 óbitos.
Por três dias consecutivos, o País
contabilizou mais de mil mortes e mais de 28 mil novos casos
confirmados da doença no período de 24 horas: foram 30.925 de ontem para
hoje e agora já são 614.941 pessoas contaminadas. Há, ainda, 4.159
pessoas com sintomas relacionados ao coronavírus sob investigação, de
acordo com a pasta. Do total de óbitos confirmados, somente 366
ocorreram nos últimos três dias.
Pelo menos 325.957 pessoas estão em acompanhamento, de acordo com a pasta. E 254.963 se recuperaram.
A
alta ocorre em meio a anúncios de flexibilização das medidas
distanciamento social em Estados que têm visto crescimento no número de
óbitos pelo novo coronavírus, como São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas e
Ceará.
Todos
os Estados brasileiros já têm óbitos confirmados. O Estado brasileiro
mais afetado segue sendo São Paulo, que, nesta quinta-feira, 4, atingiu a
marca de 8.561 mortos pela doença, sendo 285 óbitos nas últimas 24
horas. Seguido pelo Rio de Janeiro, que registrou um novo recorde de
óbitos pelo novo coronavírus. De acordo com a Secretaria Estadual da
Saúde (SES) foram 317 mortes entre a quarta e esta quinta-feira. Assim,
oficialmente 6.327 pessoas já morreram pela doença no Estado.
Ministério nega atraso proposital na divulgação de dados da Covid-19
Mais
uma vez, o Ministério da Saúde atrasou a divulgação dos dados
referentes ao coronavírus no Brasil. Na última quarta-feira, 3, data de
maior número de mortes confirmadas em 24 horas, a equipe do Ministério
da Saúde informou que o dado sairia apenas às 22h por "problemas
técnicos". A divulgação tem sido feita cada vez mais tarde. Hoje, foram
duas horas de atraso.
No começo da pandemia, ainda na gestão de
Luiz Henrique Mandetta (DEM), a situação epidemiológica era apresentada
diariamente em entrevista à imprensa. Desde o começo de maio, os dados
passaram a ser divulgados depois das 19h e são comentados por técnicos
apenas em declarações a jornalistas no dia seguinte.
100 dias de coronavírus no Brasil
O
Brasil completa, hoje, 100 dias desde o primeiro caso de coronavírus
registrado oficialmente em 26 de fevereiro e 20 dias sem ministro na
pasta da Saúde, desde que Nelson Teich, pediu demissão. Neste período o
Ministério está sob a guarda do general Eduardo Pazuello, que foi
oficializado como ministro interino.
Os números globais da
covid-19 mostram que a curva de contágio do Brasil continua ascendente,
segundo dados compilados pela Universidade Johns Hopkins. A Covid-19 se
tornou a principal causa de mortes dos brasileiros, que já mata
diariamente mais do que enfartes no Brasil. Essa é uma das conclusões da
comparação entre o número diário de mortes por coronavírus e a média
das principais causas de óbitos no País de acordo com o Ministério da
Saúde. Os dados mais atualizados do órgão são de 2018.
A
Organização Mundial da Saúde diz que o pico do novo coronavírus no
continente ainda não foi atingido. Em 22 de maio, a entidade classificou
a América do Sul como o novo epicentro da pandemia, destacando que o
Brasil é o local mais afetado da região.
O Brasil distribuiu até o
momento 3.129.808 testes PCR aos Estados, de acordo com o Ministério da
Saúde. Ao todo, 752.448 exames foram solicitados em laboratórios
públicos. E, desses, 556.094 foram analisados. A média de exames
realizados é de 36.325 por semana. A pasta diz que, entre testes
laboratoriais e rápidos, foram realizados 1,8 milhão de exames no País.
Na
última terça-feira, 2, o Ministério Público Federal determinou a
abertura de um inquérito civil público para apurar a baixa aplicação de
dinheiro público, por parte do governo de Jair Bolsonaro, no combate à
pandemia do novo coronavírus.
Segundo informações prévias obtidas
pelos procuradores, do montante de R$ 11,74 bilhões disponibilizados
para execução direta, pelo Ministério da Saúde, somente R$ 2,59 bilhões
haviam sido empenhados e apenas R$ 804,68 milhões foram efetivamente
pagos até 27 de maio. Isso significa que, até a data verificada pelo
MPF, apenas 6,8% dos recursos disponíveis haviam sido gastos.
Também
na terça-feira, na saída do Palácio da Alvorada, o presidente Jair
Bolsonaro disse que lamenta por todos os mortos, mas que esse é o
destino de todo mundo. A afirmação foi feita após uma apoiadora pedir
uma palavra de conforto para os "enlutados, que são inúmeros". "A gente
lamenta todos os mortos, mas é o destino de todo mundo", disse o
presidente.
Notícias ao Minuto
Nenhum comentário:
Postar um comentário