Coronavírus cresce cerca de cinco vezes em um mês e Brasil chega a 29.937 mortes
Com
a confirmação de 623 novas mortes contabilizadas pelo Ministério da
Saúde hoje, o Brasil viu o número de óbitos crescer quase cinco vezes em
um mês: em 1º de maio, o total era de 6.329. Hoje, já são 29.937.
Segundo
o balanço mais recente do Ministério da Saúde, o Brasil registrou
12.247 novos diagnósticos nas últimas 24 horas e agora soma 526.447
casos confirmados de covid-19 em todo o território — um crescimento de
mais de cinco vezes, já que, em 1º de maio, o número de pacientes
infectados era de 91.589.
Ainda segundo a pasta, 285.430 casos seguem em acompanhamento. Cerca de 211 mil pacientes já se recuperaram da doença.
Os dados
da Universidade Johns Hopkins apontam o país atrás de apenas outros
três no total de mortos pela covid. São eles: Itália (33.475), Reino
Unido (39.123) e Estados Unidos (105.003).
Ao longo da semana
passada, o Brasil apresentou, durante quatro dias consecutivos, a marca
diária de mais de mil mortes pela doença contabilizadas. Até então, o
único país a manter a confirmação de óbitos acima de mil em 24h foi os
EUA.
Contudo, os números de novos óbitos caíram em relação à
última segunda-feira, quando foram registrados 807. Diferença semelhante
foi vista ontem, quando 480 novas mortes foram contabilizadas, contra
653 de sete dias atrás.
Norte e Nordeste lideraram crescimento
Onze
estados do Norte e do Nordeste ocupam as primeiras colocações entre as
unidades da federação que tiveram maior alta nos números de casos de
covid-19 no último mês. Os dados foram analisados pelo UOL e são
referentes aos boletins do Ministério da Saúde dos dias 1º e 31 de maio.
O
estado com maior alta no último mês foi o do Tocantins, que nos 31 dias
de maio registrou um aumento de 116 para 4.176 casos — ou 3.500% a
mais. Em seguida vem os estados de Sergipe (1.976%) e Paraíba (1.783%).
No
que se refere a mortes, o ranking também é liderado pelo Tocantins, que
teve um aumento de casos na ordem de 2.333%, seguido por Pará (2.033%) e
Roraima (1.833%).
A predominância dos casos nas duas regiões fica
ainda mais evidente quando vista em termos proporcionais à população.
No caso do Norte, a incidência da doença chegou a 584 por cada 100 mil
habitantes, enquanto no Nordeste ela foi de 314. As outras regiões
registram todas índices menores: Sudeste (212), Centro-oeste (107) e Sul
(77).
Quando se refere a percentual de mortes, o Norte lidera com
quase o dobro da segunda colocada: 30,9 por cada 100 habitantes.
Sudeste (com 15,7) e Nordeste (com 15,5) vêm em seguida.
“Basicamente,
[Norte e Nordeste] tiveram essa alta por causa dos baixos índices de
isolamento social. A sociedade ainda não se deu conta da relevância
dessa medida e, sem ajuda federal, é muito mais difícil”, afirma.
Para Nicolelis, o país chega à marca de mais meio milhão de casos confirmados em meio a um “cenário caótico”.
Esses
números são extremamente subnotificados, de 7 a 10 vezes. Na realidade
chegamos ainda sem um rumo nacional, temos apenas rumos regionais. Do
ponto de vista nacional são 3,5 milhões de casos e estamos sem um
ministro da Saúde. Isso não tem precedente na história, não é só no
mundo hoje. É na história mesmo.”Miguel Nicolelis, coordenador do comitê do Consórcio Nordeste.
O
cientista afirma ainda que os pesquisadores pelo país têm trocado
muitas informações sobre os cenários encontrados nos estados, e que o
ideal no momento para tentar frear o avanço ainda maior do vírus seria
uma união dos governadores para coordenação nacional de enfrentamento à
pandemia.
“Nosso desejo é que tenhamos ações sincronizadas entre
governos e cientistas. Isso seria muito bom para termos alguma estrutura
de enfrentamento não só regional, mas nacional. Isso é importante e
considero que seria ideal”, pontua.
Uol - Publicado por: Gerlane Neto
Uol - Publicado por: Gerlane Neto
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