Ministro Luis Roberto Barroso assume presidência do Tribunal Superior Eleitoral e cobra atenção a ‘milícias digitais’ nas eleições
Em
discurso ao tomar posse como presidente do TSE (Tribunal Superior
Eleitoral), o ministro Luís Roberto Barroso chamou a atenção para
“milícias digitais” que disseminam fake news (notícias falsas) com a
intenção de desinformar eleitores e difamar oponentes políticos.
“São
terroristas virtuais que utilizam como tática a violência moral, em
lugar de participarem do debate de ideias de maneira limpa e
construtiva”, disse Barroso.
Hoje
também tomou posse como vice-presidente do TSE, o ministro Edson Fachin.
A nova gestão comandará o tribunal até fevereiro de 2022.
Como presidente do TSE, Barroso estará à frente da Justiça Eleitoral na organização das eleições municipais desse ano.
O
ministro afirmou que o Judiciário estará atento às fake news nas
eleições, mas defendeu que os principais meios para inibir a prática
sejam a colaboração das empresas de tecnologia, o jornalismo
profissional e a própria conscientização da sociedade.
“A Justiça
Eleitoral deve enfrentar esses desvios, mas é preciso reconhecer que sua
atuação é limitada por fatores diversos”, disse Barroso.
“As
plataformas digitais – como Google, Facebook, Instagram, Twitter
e Whatsapp – podem se valer da própria tecnologia e de suas políticas de
uso para neutralizar a atuação de robôs e comportamentos inusuais”,
afirmou o ministro.
“E, mais que nunca, nós precisaremos de imprensa profissional, que se move pelos princípios éticos do jornalismo
responsável, capaz de separar fato de opinião, e de filtrar a enorme
quantidade de resíduos que circula pelas redes sociais”, defendeu
Barroso.
Esse ano, a pandemia do novo coronavírus provocou o debate
sobre a necessidade de adiar as eleições municipais, marcadas para
outubro.
Hoje,
Barroso voltou a afirmar que o TSE vai debater o tema com o Congresso
Nacional, mas que há consenso sobre adiar a votação apenas se realmente
necessário e pelo menor prazo possível.
“As eleições somente devem
ser adiadas se não for possível realizá-las sem risco para a saúde
pública. Em caso de adiamento, ele deverá ser pelo prazo mínimo
inevitável”, disse o ministro.
Barroso também disse ser contrário à
possibilidade de prorrogação dos mandatos atuais por causa de eventual
adiamento das eleições e criticou a ideia de fazer coincidir as eleições
municipais e presidenciais de 2022.
“Prorrogação de mandatos,
mesmo que por prazo exíguo, deve ser evitada até o limite. O
cancelamento das eleições municipais, para fazê-las coincidir com as
eleições nacionais em 2022, não é uma hipótese sequer cogitada”,
defendeu Barroso.
Uol - Publicado por: Gerlane Neto
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