Estados Unidos aprovam uso do remdesivir, primeiro remédio testado e aprovado para combater pandemia do coronavírus
Em
um estudo conduzido pelo Niaid com a participação de 1.063 pessoas ao
redor do mundo, foi constatado que o remdesivir diminuiu a duração dos
sintomas da Covid-19 de 15 para 11 dias. Os resultados completos do
estudo americano não foram publicados ainda.
O remdesivir foi
originalmente desenvolvido para tratar o vírus ebola. É um antiviral que
funciona atacando uma enzima de que o vírus precisa para se replicar
dentro das células.
“Os dados mostram que o remdesivir tem um
efeito certeiro, significativo e positivo na diminuição do tempo de
recuperação”, anunciou Fauci e assessora a Casa Branca em assuntos de
saúde desde a gestão Ronald Reagan.
Anvisa diz que vai se reunir com fabricante de remédio liberado nos EUA
A
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou nesta
sexta-feira (1º) que vai se reunir nos próximos dias com o fabricante do
medicamento Remdesivir, que teve o uso autorizado nos Estados Unidos em
pacientes com coronavírus em estado grave, para avaliar o interesse e a
viabilidade do fornecimento do remédio no Brasil.
A Gilead,
responsável pelo medicamento, ainda não fez pedido para registrá-lo no
País. Mas, caso aconteça, há a possibilidade de um processo regulatório
mais célere, por ser um remédio para uso em meio à pandemia.
“A
Anvisa está em contato com a Gilead, empresa que fabrica o remdesivir no
exterior, a fim de acompanhar a evolução dos estudos do medicamento
para o tratamento da Covid-19. Nesta sexta-feira (01/5), a Food and Drug
Administration (FDA) autorizou o uso do medicamento nos Estados Unidos
para tratamento da doença em pacientes hospitalizados em estado grave.
Nos próximos dias, a Anvisa fará reunião com a fabricante para verificar
o interesse e a viabilidade do fornecimento do medicamento no Brasil”,
disse a Anvisa, em nota.
A
agência está analisando as pesquisas sobre o uso do remdesivir e também
acionou a empresa em busca das informações disponíveis.
De
todo modo, Mahesh Parmar, que supervisionou na Europa a pesquisa do
Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos EUA, afirma que
não só este mas outros estudos com o remdesivir precisam ser
aprofundados para garantir sua eficácia.
“Antes que este
medicamento seja disponibilizado mais amplamente (para tratamento da
covid-19), algumas coisas precisam acontecer. Primeiro, dados e
resultados (de pesquisas) precisam passar por revisões para avaliar se o
tratamento pode ser licenciado. Depois, vários países terão que avaliar
sua eficácia através de suas próprias autoridades de saúde”, explicou
Parmar, diretor da Unidade de Ensaios Clínicos MRC da Universidade
College London.
“Enquanto isso, vamos obtendo mais e mais dados a
longo prazo deste estudo, e de outros, buscando saber se a droga também
evita mortes por covid-19”.
Aprovação rápida?
Babak
Javid, consultor em doenças infecciosas dos hospitais da Universidade
Cambridge, afirmou que o contexto atual pode acelerar este processo.
“Os
dados são promissores e, como ainda não temos tratamentos comprovados
para a covid-19, eles podem levar à aprovação rápida do remdesivir para o
tratamento da doença”, disse Javid.
“No entanto, (os resultados)
também mostram que o remdesivir não é uma ‘varinha mágica’ nesse
contexto: o benefício geral na sobrevivência foi de 30%.”
Outros
tratamentos estão sendo pesquisados para a covid-19, incluindo alguns
tipicamente usados contra a malária e o HIV, que miram o vírus. Em outra
frente, estão em estudo outros tratamentos que agem no sistema
imunológico do corpo humano.
Acredita-se que os antivirais sejam
mais úteis nos estágios iniciais da doença, e os medicamentos
imunológicos, na fase mais tardia.
Polêmica Paraíba - Publicado por: Gerlane Neto
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