terça-feira, 12 de maio de 2020

Corpo de mulher é sepultado como se fosse do juruense morto com suspeita de Covid-19

"SEPULTAMOS O CORPO DE UMA MULHER COMO SE FOSSE O DO MEU PAI", DISSE FILHA DO JURUENSE QUE MORREU NO HOSPITAL REGIONAL DE PATOS E TEVE O CADÁVER TROCADO 

A imagem pode conter: 1 pessoa, em pé, chapéu e texto
Através de postagens e vídeos publicados nas redes sociais, os familiares do juruense Jeová Ferreira Nunes, de 50 anos, que morreu no início da noite do último domingo, 10, com suspeita de coronavírus, relatam indignação e revolta com o descaso do Hospital Regional de Patos onde ele estava internado quando veio a óbito.
De acordo com o vídeo gravado por Jéssica Nunes, filha de Jeová, houve negligência e irresponsabilidade naquela unidade hospitalar que contribuíram para que o falecimento do seu pai acontecesse. 
No vídeo, Jéssica relata o sofrimento da família, que, não bastasse a irreparável perda, teve o constrangimento de sepultar o corpo de uma mulher como se fosse o do pai dela.  
A filha de Jeová disse que ele sentiu falta de ar e foi levado para o hospital na última quinta-feira, 07, tendo sido constatado que a saturação dele estava abaixo de 90%. Segundo ela, deixaram que se passasse dois dias até que Jeová ficasse com 62% da saturação e, mesmo assim, não o entubaram, como deveria ter sido feito logo que chegou ao hospital.
"Fizeram um teste rápido nele e como não foi comprovado o que ele tinha, então fizeram uma tomografia e viram que ele estava com mais de 50% do pulmão danificado", afirmou Jéssica.
"O meu pai ficou quinta, sexta e o dia de sábado inteiro sem nenhuma medicação", disse a filha de Jeová acrescentando que só na noite do sábado a família descobriu que ele não estava sendo medicado porque o hospital não tinha o medicamento. 
Desesperados, os familiares saíram em busca pelas ruas da cidade de Patos até encontrarem o medicamento. Só que já era tarde, disse Jéssica, porque o seu pai só estava com 40% do pulmão funcionando.
No domingo, quando chegou ao hospital para receber o boletim médico ela foi informada que a médica estava em uma urgência e que estavam entubando um paciente. "Esse paciente era o meu pai. Só que eles não me informaram que era ele que estava sendo entubado naquele momento", relatou. Pois, Jeová não resistiu a entubação e chegou a óbito.
"Como já não bastasse isso, da negligência e da irresponsabilidade desse povo, 'a gente fomos fazer' o sepultamento dele ainda no mesmo dia, e só depois de 24 horas foi que 'a gente ficamos sabendo' que sepultamos o corpo de uma outra pessoa", afirmou.
Ainda segundo Jéssica, a descoberta da troca de cadáveres aconteceu depois que os parentes de uma outra pessoa que havia morrido no mesmo hospital que o pai dela também faleceu foram reconhecer o corpo na pedra e perceberam que não era o parente deles e sim Jeová.
Em prantos, Jéssica lamentou que seus familiares tenham enterrado o corpo de uma mulher como se fosse o do pai dela: "É uma coisa muito triste, uma coisa que não tem justificativa nenhuma, até porque 'a gente sepultamos' uma mulher. Se fosse pelo menos um outro homem a gente poderia até ainda entender o erro, mais uma mulher é inaceitável", lamentou. 
Chorando muito, a filha de Jeová concluiu o vídeo pedindo para que todos fiquem em casa e alertou a quem tiver parente em tratamento no Hospital Regional de Patos para que fiquem atentos: "Vocês que têm um parente naquele hospital fiquem em cima, porque hoje a gente poderia está com o meu pai vivo, mais eles deixaram o meu pai ir embora dessa forma tão cruel", finalizou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário