Delegado Rolando de Souza é nomeado para comando da Polícia Federal; termo de posse foi assinado em cerimônia fechada
O
presidente Jair Bolsonaro nomeou nesta segunda-feira (04) o delegado
Rolando Alexandre de Souza como novo diretor-geral da Polícia Federal. A
nomeação foi publicada em edição extra do “Diário Oficial da União”.
Cerca
de uma hora depois de a nomeação de Rolando ser publicada no “Diário
Oficial”, a Secretaria de Comunicação da Presidência informou que
Bolsonaro já havia assinado o termo de posse do novo diretor-geral da
Polícia Federal, o que ocorreu no gabinete do presidente, no terceiro andar do
Planalto, sem cobertura da imprensa.
A oficialização do nome de
Rolando de Souza ocorre cinco dias depois de o ministro Alexandre de
Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspender a decisão de
Bolsonaro de nomear para o comando da Polícia Federal o diretor-geral da Agência
Brasileira de Inteligência (Abin), o também delegado Alexandre Ramagem.
Rolando
Alexandre de Souza é delegado da Polícia Federal e desde setembro de
2019 ocupava o cargo de secretário de Planejamento e Gestão da Abin,
aonde chegou por indicação de Alexandre Ramagem.
Antes,
entre 2018 e 2019, Alexandre Souza foi superintendente da Polícia Federal em Alagoas. Ele
também foi chefe do Serviço de Repressão a Desvio de Recursos Públicos e
ocupou cargos de chefia na Divisão de Combate a Crimes Financeiros e na
superintendência da Polícia Federal em Rondônia.
Crise
A
suspensão da nomeação de Ramagem para a Polícia Federal contrariou
Bolsonaro, que na semana passada afirmou que a decisão do ministro
Alexandre de Moraes era “política”.
Bolsonaro também chegou a afirmar que iria recorrer, ou seja, tentar reverter a decisão de Alexandre Moraes, o que acabou não acontecendo.
Ramagem é amigo dos filhos do presidente e foi responsável pela segurança de Bolsonaro da campanha até a posse, quando assumiu a direção-geral da Abin.
Ramagem é amigo dos filhos do presidente e foi responsável pela segurança de Bolsonaro da campanha até a posse, quando assumiu a direção-geral da Abin.
Ele
foi escolhido por Bolsonaro para substituir na Polícia Federal o
delegado Mauricio Valeixo, nome de confiança do ex-ministro Sérgio Moro.
Moro
anunciou sua saída do governo depois que Bolsonaro oficializou a
exoneração de Valeixo. De acordo com o ex-ministro, a medida foi uma
tentativa de Bolsonaro interferir politicamente na Polícia Federal – o que o
presidente nega.
A Polícia Federal é vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública na estrutura do governo Bolsonaro.
Na
decisão em que suspendeu a nomeação de Ramagem, Alexandre Moraes apontou que
levou em consideração as acusações de Moro contra Bolsonaro e que o
próprio presidente admitiu a intenção de ter no comando da Polícia Federal alguém a
quem poderia consultar a qualquer momento para obter informações sobre
processos.
De acordo com o ministro do STF, havia indícios de
desvio de finalidade na decisão de Bolsonaro de nomear Ramagem como
diretor-geral da Polícia Federal.
No
domingo (03), Bolsonaro voltou a criticar a decisão de Alexandre Moraes. A
crítica, transmitida em um vídeo publicado em uma rede social, foi feita
pelo presidente durante participação em mais um ato a favor do governo e
de medidas antidemocráticas na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Dessa
vez, Bolsonaro afirmou que não admitiria nova “interferência” em seu
governo, e que “daqui para frente, não só exigiremos, faremos cumprir a
Constituição.” O presidente declarou ainda que “temos as Forças Armadas
ao lado do povo, pela lei, pela ordem, pela democracia, pela liberdade”.
Bolsonaro
indicou que faria nesta segunda a nomeação do nome do novo
diretor-geral da Polícia Federal e afirmou: “peço a Deus que não tenhamos problemas
nessa semana. Porque chegamos no limite, não tem mais conversa. Daqui
para frente, não só exigiremos, faremos cumprir a Constituição.”
A
manifestação do domingo voltou a pedir a intervenção militar e atacou
instituições, como Congresso Nacional e STF, autoridades como o presidente da
Câmara, Rodrigo Maia, além do ex-ministro Sérgio Moro.
Enquanto
Bolsonaro conversava com manifestantes, parte do grupo agrediu
profissionais de imprensa que acompanhavam o ato. A Polícia Militar
precisou montar um cordão de isolamento improvisado para evitar as
agressões.
Fonte: G1 - Créditos: Publicado por: Adriany Santos
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