Presidente Jair Bolsonaro e empresários vão ao Supremo Tribunal Federal para pressionar fim do isolamento
Toffoli, por sua vez, cobrou coordenação do governo federal com os outros poderes e os entes da federação e disse que é necessário fazer um planejamento para a volta do funcionamento das indústrias.

© Reuters
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) -
Em um gesto de pressão para forçar a retomada da atividade econômica, o
presidente Jair Bolsonaro levou um grupo de empresários ao STF (Supremo
Tribunal Federal) para relatar ao chefe da Corte, ministro Dias Toffoli,
os impactos que o isolamento social tem gerado na iniciativa privada.
Toffoli, por sua vez, cobrou coordenação do governo
federal com os outros poderes e os entes da federação e disse que é
necessário fazer um planejamento para a volta do funcionamento das
indústrias.
Na reunião desta quinta-feira (07), que não estava na
agenda, o chefe do Executivo voltou a afirmar que os efeitos da
restrição de circulação não podem ser maiores do que os problemas
causados pela doença em si. Já o ministro da Economia, Paulo Guedes,
ressaltou que o Brasil pode enfrentar a mesma situação de países
vizinhos se não mudar de estratégia no enfrentamento à doença.
Guedes
disse que tem mantido conversas com diversos setores da indústria e
que, nesta quinta-feira, os empresários fizeram um apelo.
"Eles
vinham dizendo que estavam conseguindo preservar os sinais vitais, e
agora o sinal que passaram é de que está difícil, a economia está
começando a colapsar. E aí não queremos correr o risco de virar uma
Venezuela, não queremos correr o risco de virar sequer uma Argentina,
que entrou em desorganização, inflação subindo, todo esse pesadelo de
volta", disse.
Bolsonaro afirmou que o grupo de
empresários representa mais de 40% do PIB e 30 milhões de empregos.
Segundo o presidente, todos podem ser "esmagados" pela crise econômica
caso não haja a retomada da atividade industrial.
"Os empresário
trouxeram pessoalmente essas aflições, a questão do desemprego, a
questão de a economia não mais funcionar. As consequências, o efeito
colateral do combate ao vírus, não podem ser mais danosas que a própria
doença. E os empresário querem que o STF também ouça deles o que está
acontecendo", disse.
O ministro Dias Toffoli cobrou, mais de uma
vez, uma maior coordenação do governo federal com os outros poderes e os
demais entes da federação. Além disso, afirmou que é necessário fazer
um planejamento para organizar a retomada da volta da economia.
"Essa
coordenação, que eu penso que o Executivo, o presidente da República,
junto com seus ministros, chamando os outros poderes, chamando os
estados, representantes de municípios, penso que é fundamental. Talvez
um comitê de crise para, envolvendo a federação e os poderes, exatamente
junto com o empresariado e trabalhadores, a necessidade que temos de
traduzir em realidade esse anseio, que é o anseio de trabalhar,
produzir, manter a sociedade estruturada", disse.
O coordenador da Coalizão Indústria, Marco Polo de Mello Lopes, afirmou que a situação da indústria exige medidas urgentes.
"Na
nossa visão, essa flexibilização já poderia ter ocorrido, evidentemente
com todo o regramento necessário, de forma que a gente conseguisse
voltar a ter atividade. A nossa grande preocupação é que a crise da
Covid ocasione uma crise social por conta da questão do desemprego, e
essa é uma crise que a gente reputa extremamente importante e precisa
ser enfrentada", afirmou.
O representante do setor de brinquedos, Synésio Batista, também disse
que a situação é preocupante. "Eu só acrescentaria um detalhe, que é o
sentido de urgência. Eu diria que a indústria está na UTI e ela precisa
sair da UTI, por que se não as consequências serão gravíssimas", disse
Lopes.
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