Ministério da Saúde declara transmissão comunitária do novo coronavírus em todo o território nacional
O
Ministério da Saúde declarou que todo o território nacional está sob o
status de transmissão comunitária do coronavírus Sars-Cov-2, responsável
pela pandemia da doença Covid-19. O status foi publicado em portaria na
noite desta sexta-feira (20).
O ministro da Saúde, Luiz Henrique
Mandetta, já tinha anunciado nesta tarde que a medida seria tomada em
breve para facilitar ações do governo. O ministro sinalizou também que a
previsão é que os casos da doença disparem em abril e o sistema de
saúde deve entrar em colapso.
A transmissão comunitária ou
sustentada é aquela quando não é possível rastrear qual a origem da
infecção, indicando que o vírus circula entre pessoas que não viajaram
ou tiveram contato com quem esteve no exterior.
Até o balanço de
quinta-feira (19), a transmissão comunitária estava configurada nos
estados de São Paulo e de Pernambuco. Além disso, ocorre isoladamente em
três capitais: Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre (além das
capitais de SP e PE, já incluídas acima).
A declaração de estado
de transmissão comunitária não significa que todos os estados e cidades
tenham essa modalidade de transmissão. No balanço desta sexta, há ainda
dois estados (Roraima e Maranhão) que ainda não tiveram casos
confirmados.
“O Brasil vai ter que entender que nós somos um todo.
Um todo. Um continente e que estamos todos com transmissão sustentada.
(…) Essa divisão de estado é meramente uma divisão administrativa” –
Luiz Henrique Mandetta, ministro da Saúde
Atestado e isolamento
A
portaria também oficializa recomendações que o ministério já tinha
detalhado na quinta. O “isolamento domiciliar” de quem tiver “sintomas
respiratórios” e daqueles que moram com ela deve ser de, no máximo, 14
dias”. Também determina que o atestado emitido pelo profissional médico
que determina a medida de isolamento será estendido às pessoas que
residam no mesmo endereço.
O texto também traz uma recomendação aos idosos:
“As pessoas com mais de 60 (sessenta) anos de idade devem observar o
distanciamento social, restringindo seus deslocamentos para realização
de atividades estritamente necessárias, evitando transporte de
utilização coletiva, viagens e eventos esportivos, artísticos,
culturais, científicos, comerciais e religiosos e outros com
concentração próxima de pessoas” – Portaria n° 454
Casos pelo Brasil
Os
casos confirmados de Covid-19, doença infecciosa causada pelo
coronavírus Sars-Cov-2, aumentaram 45% entre quinta (19) e esta
sexta-feira (20), de acordo com dados do Ministério da Saúde. O mais
recente balanço federal aponta que o Brasil tem 904 casos e 11 mortes.
Os dados consideram informações repassadas pelas secretarias estaduais
até as 16h.4
Na quinta o ministério somava 621 casos e 6 mortes. O
total de mortes subiu mais de 80% entre os dois balanços. Pelo segundo
dia consecutivo, o ministério não divulgou o total de casos suspeitos,
como vinha fazendo desde o início do acompanhamento dos casos. A
plataforma que exibe os dados está fora do ar desde quinta-feira. O
Ministério da Saúde também não divulgou o total de pessoas
hospitalizadas.
O
número de estados com casos confirmados era de 21 na quinta e na sexta
subiu para 25. Somente Roraima e Maranhão permanecem sem casos
confirmados. Quanto às regiões, todas apresentaram aumento de casos.
O Sudeste tinha 391 casos e agora tem 553. O Nordeste tinha 110 e
passou para 134. O Norte foi de 8 para 15. No Centro-Oeste, os casos
passaram de 61 para 112. Por fim, o Sul tinha 71 e agora tem 90 casos.
Disparada dos casos em abril
O
ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse, durante apresentação
com o presidente Jair Bolsonaro, que infecções por coronavírus deverão
disparar no Brasil entre os meses de abril e junho.
“A gente deve
entrar em abril e iniciar a subida rápida [de infecções]. Essa subida
rápida vai durar o mês de abril, o mês de maio e o mês de junho, quando
ela vai começar a ter uma tendência de desaceleração de subida” – Luiz
Henrique Mandetta, ministro da Saúde
Os casos de transmissão de
Covid-19, infecção causada pelo coronavírus, deverão perder velocidade a
partir de julho e, em agosto, é esperado que as ocorrências comecem a
cair.
“O mês de julho, ela deve começar um platô. Em agosto, esse
platô vai começar a mostrar tendência de queda. Em setembro é uma queda
profunda, tal qual foi uma queda de março na China. Esse é o cenário que
o mundo ocidental está trabalhando” – Mandetta
Fonte: G1 - Publicado por: Gerlane Neto
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