Livânia Farias revela que lideranças do PMDB fariam o rateio de R$ 8 milhões de reais de propina para apoio a candidatura de Ricardo Coutinho
A
ex-secretária de administração da Paraíba Livânia Farias, investigada
na Operação Calvário, em delação ao Ministério Público da Paraíba, falou
sobre as eleições de 2014, quando o ex-governador Ricardo Coutinho
(PSB) foi reeleito governador da Paraíba, segundo ela antes da definição
da chapa que concorreria no pleito, membros do MDB (na época PMDB)
paraibano chegaram a pedir R$ 8 milhões para formalizarem uma aliança
com o grupo socialista. A legenda iria indicar o ministro Vital do Rêgo
Filho (na época senador pelo MDB) como candidato a vice-governador.
Livânia
cita nomes de várias lideranças do partido, a exemplo dos deputados
Raniery Paulino, Trocolli Júnior, Nabor Wanderley, Hugo Motta e até
Manoel Júnior como supostos beneficiários da “compra” da aliança que
indicaria o vice na chapa. Ainda de acordo com ela, o grupo do PSB
apenas dispunha de R$ 500 mil. Pela falta da quantia solicitada, a
composição não chegou a se concretizar.
Ela afirmou ainda, que o
prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV), e seu irmão, Lucélio
Cartaxo (PV), atual secretário-chefe do gabinete da Prefeitura Municipal
de João Pessoa, participaram de reunião na qual se discutiu o vice de
Ricardo Coutinho (PSB) nas eleições de 2014 e o repasse de R$ 8 milhões
para que o MDB apoiasse a candidatura do socialista.
Em nota, Lucélio disse que nem ele e seu irmão, à época no PT, participaram de reuniões com o MDB.
Mas,
de acordo com Livânia, o rateio do dinheiro seria feito entre as
lideranças do PMDB à exceção de Veneziano Vital e do irmão, Vital do
Rêgo que seria o vice na negociação .
O que dizem os citados
O
senador Veneziano Vital do Rêgo disse que ele e o seu irmão, o atual
ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo Filho,
jamais participaram de qualquer tipo de negociação para a indicação de
Vital na chapa do ex-governador Ricardo Coutinho – em 2014. Ele lembrou
que, naquela época, sempre defendeu que a legenda tivesse candidatura
própria ao Governo do Estado. “Quinze dias antes da nossa convenção eu
ainda tentava sair candidato”, lembrou Veneziano, acrescentando que “não
faria nenhum sentido que Vitalzinho deixasse o Senado para ser
candidato a vice-governador”.
Já
o deputado Raniery Paulino também negou ter participado das supostas
negociações relatadas por Livânia Farias. “Eu sempre defendi a
candidatura própria em 2014. Tanto é que votei nulo no segundo turno,
quando o partido apoiou Ricardo. A história registra isso”, observou.
O
deputado estadual Nabor Wanderley disse ao Blog que ele e o seu filho, o
deputado Hugo Motta, jamais participaram da suposta negociação. De
igual modo, Trócolli Júnior e Manoel Júnior também negaram ter
participado de qualquer discussão financeira citada por Livânia Farias.
Manoel e Trócolli Júnior ainda lembraram que na época faziam oposição ao
ex-governador Ricardo Coutinho e apoiaram o então candidato ao Governo,
Cássio Cunha Lima, no segundo turno das eleições estaduais.
Lucélio
Cartaxo (PV) disse que nem ele nem o irmão, o prefeito de João Pessoa
Luciano Cartaxo (PV), também citados por Livânia no vídeo, jamais
participaram da reunião relatada por ela. O blog não conseguiu contato
com o diretório estadual do MDB.
Fonte: Polêmica Paraíba - Publicado por: Gerlane Neto
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