Por: Eliabe Castor
A peste negra foi uma doença que assolou a Europa de 1347 até 1353 durante a Idade Média. A enfermidade teve sua origem na Mongólia e se espalhou pelo Ocidente através dos barcos que realizavam o comércio entre Ásia e Europa.
E como qualquer pandemia, seu raio de ação devastador foi rápido, de difícil combate, expondo as chagas de uma sociedade indefesa ao mal. E numa analogia local e atual, observo que os desmandos de corrupção supostamente detectados pela Operação Calvário têm profunda similaridade à enfermidade que dizimou um terço da população que habitava o continente europeu.
Faz-se importante observar, no entanto, que a peste foi “fabricada” pela própria natureza. Já os possíveis desfalques, pagamentos de propinas e desvios de dinheiro público da saúde e educação na Paraíba foram “produzidos” pelo desejo primitivo e pouco ético dos “homo sapiens” que detinham o poder. Sim, eles mesmos, descontentes com a aquisição de bens duráveis e não duráveis adquiridos de maneira legal ou ilegal.
“Sapiens” vinculados a um pequeno núcleo que construiu em terras paraibanas uma Dubai, cujos alicerces foram edificados sobre os pilares da coisa pública. Daquilo que pertence, ou pertencia, ao povo. Um verdadeiro escárnio e escarro na boca de uma sociedade que beijava os lábios de uma pseudonormalidade.
E quando tudo enveredava para os últimos capítulos desse folhetim desagradável, eis que surgiu figura próxima do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV), apontado em processo de delação da ex-secretária de Estado da Administração, Livânia Bezerra, como um dos supostos beneficiados pelo Gólgota da propina.
Diz Livânia Farias que, além do núcleo “Girassol”, o homem forte de Luciano Cartaxo, Zennedy Bezerra, teria procurado a “ajuda” do ex-secretário de Saúde do Estado, Waldson de Souza, a fim de tratar assuntos referentes à candidatura do irmão fotocópia do alcaide da Capital, Lucélio Cartaxo, que buscava disputar o Senado.
O fato, segundo Livânia, teria ocorrido nas dependências do hotel Norde, no Cabo Branco. Zennedy Bezerra seria o suposto operador do esquema de corrupção envolvendo os irmãos Cartaxo.
No depoimento a ex-secretária relatou que Zennedy Bezerra teria solicitado R$ 1 milhão para custear a campanha de Lucélio Cartaxo, à época, em 2014, candidato a senador. O negócio não avançou e o quantitativo teve uma “deflação”. Foi para “simbólicos” R$ 600 mil. Sem obter êxito, o valor final foi fincado em R$ 300 mil.
O quantitativo foi pago, segundo Livânia Farias, no canal 40, local que era realizado todo o marketing de campanha do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB). E assim caminha uma pequena parte da humanidade. Com passos bem mais apressados que formiga e com gananciosa vontade.
E agora a pergunta que já tem quase resposta certa no “roletrando” do Silvio Santos dentro do seu baú da infelicidade. A pá de cal que poderá “sepultar” os Cartaxo foi fabricada por eles mesmos? Parece que sim!
Operação Irerês
Ah! Vale lembrar que a administração de Luciano Cartaxo responde crime federal pela suposta majoração de valores nas obras que beneficiaram o Parque Solon de Lucena, ou Parque da Lagoa, como a atual gestão se reporta ao logradouro.
As informações exclusivas foram veiculadas pelo Paraíba Já
Por: Eliabe Castor
PB Agora