Mudança no cheque especial começa a partir desta segunda-feira; bancos zeram tarifas
Os
 bancos estarão impedidos, a partir desta segunda-feira (06/01/2020), de
 cobrar uma taxa de juros acima de 8% ao mês no cheque especial. O 
produto foi redesenhado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), e as 
alterações foram divulgadas no fim de novembro pelo Banco Central (BC).
Além
 disso, as instituições financeiras passam a poder cobrar tarifa de até 
0,25% mensal para os usuários com limite de crédito acima de R$ 500 – 
mesmo que os clientes não o utilizem.
Alguns bancos, contudo, decidiram não cobrar essa tarifa pelo limite do cheque especial (lista no fim da reportagem).
Veja, a seguir, um passo a passo sobre as novas exigências:
O que é?
O cheque
 especial funciona como uma espécie de empréstimo pré-aprovado. O valor é
 disponibilizado em conta corrente e pode ser utilizado sempre que não 
houver saldo suficiente para pagamento de contas, cheques e saques em 
dinheiro.
Assim, a modalidade se mostra útil, sobretudo, em 
momentos de necessidade, porque permite ao correntista utilizar um 
limite além do saldo disponível no momento.
Limite de 8% ao mês
O
 Banco Central estabeleceu limite máximo de 8% ao mês de taxa de 
juros do cheque especial. Em novembro – mês da decisão – , por exemplo, 
os juros do produto encerraram, em média, a 12,4% ao mês, o que equivale
 a 306,6% ao ano. Com a mudança, essas taxas devem cair praticamente 
pela metade, ainda assim a 150% ao ano.
Segundo o Banco Central, a decisão ocorreu para tornar o produto “menos regressivo e mais eficiente”.
Uma
 pessoa que use R$ 1 mil de limite de cheque especial por 30 dias teria 
um custo médio de R$ 124, considerando a taxa de novembro. Com as novas 
regras, esse custo será de até R$ 80.
“O objetivo dessa medida é 
corrigir uma falha de mercado no produto cheque especial, buscando 
reduzir seu custo e sua regressividade, considerando que essa linha de 
crédito é mais utilizada por clientes de menor poder aquisitivo e pouca 
educação financeira”, alegou o BC, em nota.
“O objetivo dessa 
medida é corrigir uma falha de mercado no produto cheque especial, 
buscando reduzir seu custo e sua regressividade, considerando que 
essa linha de crédito é mais utilizada por clientes de menor poder 
aquisitivo e pouca educação financeira”, alegou o BC, em nota.
Tarifa de 0,25%
A
 decisão do BC também permitiu aos bancos cobrar tarifa pela 
disponibilização de limite de cheque especial, mas apenas de quem tem 
limites de crédito superiores a R$ 500.
A tarifa será de 0,25% ao 
mês sobre o valor do limite que exceder os R$ 500. O tributo poderá ser 
descontado do valor devido a título de juros de cheque especial no 
respectivo mês, caso seja utilizado. Um cliente, por exemplo, tem limite
 de R$ 5 mil no cheque especial. Com a decisão, ele vai pagar R$ 11,25 
(0,25% sobre R$ 4,5 mil) todos os meses.
As instituições 
financeiras, entretanto, poderão cobrar também uma tarifa mesmo de quem 
não usa o cheque especial. A resolução, contudo, foi contestada 
pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que se mostrou a favor da 
revogação do artigo.
A tarifa de 0,25% ao mês não abrange clientes com limite de cheque especial de até R$ 500.
Para
 os contratos em vigor, a incidência de tarifa só será permitida a 
partir de 1º de junho de 2020. A instituição financeira deve comunicar 
ao cliente a incidência com 30 dias de antecedência.
Isenção da taxa
Apesar
 de haver a possibilidade de ser cobrada a tarifa de 0,25% sobre o 
limite do cheque especial, os bancos estão estudando se realmente 
aplicam a nova regra na relação com os clientes.
Algumas instituições financeiras optaram por não cobrar o tributo. Veja, a seguir, as principais:
O Banco
 do Brasil decidiu isentar a cobrança de tarifas para todos os clientes 
com limite no cheque especial. A isenção serve para atuais e novos 
clientes ao longo de todo este ano.
Em nota, o Santander informou que vai cobrar a tarifa mensal de 0,25% do valor do limite de crédito que exceder R$ 500.
O Banrisul decidiu
 pela isenção do pagamento da tarifa, independentemente do valor de 
limite contratado. O banco não revelou prazo de validade.
A Caixa 
Econômica Federal disse que está avaliando os impactos trazidos pela 
nova resolução. No momento, nenhuma tarifa adicional autorizada pela 
resolução será cobrada. “Qualquer alteração na política de cobrança, 
caso necessário, será feita mediante a prévia e ampla comunicação, nos 
termos da Resolução”, complementou a estatal.
O Bradesco não cobrará tarifa de cheque especial até junho de 2020.
O Itaú
 Unibanco decidiu não cobrar a tarifa “nesse primeiro momento”. Qualquer
 eventual alteração nessa política será comunicada com a antecedência 
devida e nos canais adequados.
O Banco
 de Brasília (BRB) anunciará uma redução de taxas de juros na próxima 
semana e isentará a tarifa de cheque especial de todos os seus clientes.
Fonte: Metrópoles - Publicado por: Gerlane Neto

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