sábado, 28 de dezembro de 2019

'Lula é carta fora do baralho', diz Bolsonaro

Em entrevista, Presidente Jair Bolsonaro diz que Lula já é uma carta fora do baralho


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Em entrevista para o programa “Poder em Foco” do SBT, exibida na madrugada da última segunda-feira (23), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é “carta fora do baralho” nas eleições de 2022. Comentou também sobre a possível candidatura à reeleição, fez um balanço sobre os aspectos positivos do seu primeiro ano de governo e falou sobre a reforma tributária.
Ao ser questionado sobre a influência do PT e do ex-presidente Lula nas próximas eleições presidenciais, Bolsonaro disse que mesmo se o petista continuar em liberdade ele está impossibilitado de disputar, porque já está condenado.
“Ele não é cabo eleitoral para mais ninguém. Quando eu andava pelo Brasil na pré-campanha era recebido em aeroportos por milhares de pessoas”, disse. “Agora o Lula nas suas poucas andanças é criticado e vaiado. Eu acredito que o Lula já é uma carta fora do baralho”, completou.
Perguntado se pretendia se candidatar à reeleição, Bolsonaro lembrou que durante a campanha prometeu que abriria mão da candidatura se fosse realizada a reforma política. “Como isso nós sabemos que não vai acontecer, se eu estiver bem, eu disputo”, disse.
Ao fazer um balanço sobre o seu primeiro ano de governo o presidente falou que os aspectos positivos são os números. “Tivemos a menor taxa Selic que se podia imaginar (4,5%). O risco Brasil lá embaixo e uma inflação na média da projeção. Isso daí estimula as pessoas a investir”, disse Bolsonaro.
Completou falando que deve terminar o ano sem nenhum caso de corrupção e com mais ou menos 900 mil empregos criados. “Para quem estava em uma taxa crescente de desemprego esses são números muito auspiciosos”. Creditou também a melhora na economia à maior confiança dos demais países no Brasil, que tem sido sinalizada com o aumento dos investimentos.
O presidente foi também questionado sobre a reforma tributária e a proposta de reduzir os encargos na folha de pagamento das empresas. Segundo ele, sem que o governo perca com isso, há a possibilidade de se criar impostos, como a CPMF, desde que outros encargos sejam extintos.
“O que eu tenho falado para o Paulo Guedes é para ele não falar em reforma, mas em simplificação tributária”, concluiu o presidente.
Em 2018 Jair Bolsonaro derrotou o candidato Fernando Haddad, alçado à candidatura pelo PT após o ex-presidente Lula, então preso há seis meses, ser declarado inelegível. Na primeira aparição após a vitória, Bolsonaro prometeu “desamarrar” o Brasil, “[libertar] o Itamaraty das relações internacionais com viés ideológico” e, ao lado de apoiadores e de sua esposa, fez uma oração Pedro Ladeira/Folhapress – 1.jan.2019

LULA TENTA REVERTER CONDENAÇÃO

Embora solto, Lula não foi inocentado. O ex-presidente foi condenado nos casos do tríplex e do sítio e enquadrado da lei da ficha limpa, sancionada pelo próprio Lula em 2010. A medida veta a disputa de políticos cassados ou condenados em segunda instância.
O petista ficou 580 dias preso após ser condenado por corrupção e lavagem de dinheiro pelo caso do tríplex de Guarujá (SP), e foi solto no início de novembro, um dia após o Supremo Tribunal Federal ter decidido que um condenado só pode ser preso após o trânsito em julgado. O novo entendimento da corte alterou jurisprudência de 2016 que permitiu a prisão de Lula.
Desde a sua soltura, o petista tem adotado tom crítico a Lava Jato, ao ex-juiz e atual ministro da Justiça Sergio Moro e prometido reorganizar a oposição. Uma das promessas é fazer caravanas pelo país.
Apesar de ainda não ter cravado pré-candidatura à presidência, em seus discursos Lula tem se colocado como antagonista de Bolsonaro e defendido a polarização política diante do governo.
Partido com uma das maiores bancadas da Câmara, o PSL vive um racha: de um lado, aliados do presidente Jair Bolsonaro, que deixou a sigla; de outro, parlamentares alinhados com o fundador e presidente da legenda, Luciano Bivar - Veja quem apoia quem nessa briga Divulgação/
A defesa de Lula afirma que Moro foi parcial no caso do tríplex e pede a anulação dos processos. A análise da suspeição do ministro está na Segunda Turma do STF e pode ocorrer no início de 2020.
No entanto, ainda que o STF julgue que o então juiz não foi imparcial na condução do processo, restaria ainda a condenação de Lula na segunda instância no caso do sítio, por exemplo.
Neste final de ano, Bolsonaro engajou-se na criação da Aliança pelo Brasil após sair do PSL, partido ao qual se filiou para disputar as eleições de 2018. O partido já deu início à coleta de cadastro de eleitores. Em média, o tempo que se leva para criar um partido é cerca de três anos e meio.
O atual presidente procura brechas na Justiça Eleitoral para a nova sigla disputar a eleição municipal de 2020 e chegar à corrida presidencial de 2022 sem recursos dos fundos partidário e eleitoral e sem tempo de rádio e TV.
Fonte: Folha de S. Paulo - Publicado por: Érika Soares

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