Ibama e Capitania dos Portos farão inspeção no Caribessa, na Capital da Paraíba, na próxima semana
Equipes
de mergulhadores e biólogos do Ibama e Capitania dos Portos farão uma
inspeção nos corais do Caribessa, em João Pessoa, nesta segunda e
terça-feira, 14 e 15. A força-tarefa foi definida após uma reunião,
realizada na quinta-feira, 10, da Sudema com os representantes dos
órgãos e das secretarias municipais de João Pessoa, Cabedelo e Conde,
que tiveram áreas afetadas pelo óleo.
Foi
criado um grupo de trabalho com o Ibama, Petrobrás, Marinha, além dos
órgãos ambientais dos estados atingidos e através desse GT, a Sudema tem
acompanhado as investigações em torno da presença do óleo encontrado
nas praias. De acordo com a assessoria do órgão, a partir dessa inspeção
será produzido um relatório para saber como está a situação da vida
marinha nesses espaços.
Suspeitas da origem do óleo
Analistas
suspeitam que o petróleo encontrado em pelo menos 16 praias do litoral
paraibano, e em mais 8 Estados do nordeste, tenha vindo de navios que
passam pela região. Segundo a Agência Estadual de Meio Ambiente de
Pernambuco (CPRH), que está analisando imagens de satélite da costa, a
pesquisa, no entanto, ainda está em estágio inicial.
De acordo com
a oceanógrafa da UFRN, Maria Christina Araújo os danos podem ser
irreversíveis. “Nunca vimos no Brasil um desastre de tal magnitude, que
afeta uma área tão extensa”, afirmou. Marcus Silva, professor do
Departamento de Oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE), diz acreditar que a substância partiu de um navio que passava
entre Pernambuco e Paraíba, a cerca de 40 quilômetros da costa.
Duas
análises apontam que a composição do material se encaixa com a do
petróleo cru extraído na bacia da Venezuela. Um desses estudos é um
relatório interno da Petrobras e o outro, da Universidade Federal da
Bahia (UFBA). Apesar de diversos estudiosos concordarem com esses
resultados, há especialistas que discordam que a origem do material seja
a Venezuela. Há quem defenda que o petróleo pode ter sido produzido no
Brasil e que a rota dos petroleiros venezuelanos não passa pelo
Nordeste, o que impediria o derramamento do produto na costa brasileira.
A
Marinha anunciou nesta quinta-feira (10) que, “após uma triagem das
informações do tráfego mercante na região de interesse”, está
notificando 30 navios-tanque de 10 diferentes bandeiras a prestarem
esclarecimentos na investigação.
Chegou primeiro na Paraíba
Com
base no levantamento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama),
acompanhando uma seqüência dos pontos atingidos pelo óleo na região
nordeste, a Paraíba foi o primeiro Estado a receber as manchas. Depois,
Pernambuco e Alagoas, ao Sul; Em seguida, Rio Grande do Norte, Ceará,
Piauí e Maranhão, ao Norte. E novamente ao Sul, Sergipe e Bahia. São
quase 140 pontos nos 9 estados nordestinos.
Confira as praias e datas em que foram atingidas pelo óleo, aqui no Estado:
Praia de Gramame – Conde – 30/08/19
Tambaba – Conde – 30/08/19
Praia Bela – Pitimbu – 30/08/19
Praia Formosa – Cabedelo – 01/09/19
Praia de Camboinha – Cabedelo – 01/09/19
Praia do Poço – Cabedelo – 01/09/19
Intermares – Cabedelo – 01/09/19
Cabo Branco – João Pessoa – 01/09/19
Tambaú – João Pessoa – 01/09/19
Praia de Jacumã – Conde – 03/09/19
Barra do Mamanguape – Rio Tinto – 07/09/19
Barra do rio Camaratuba – Mataraca – 07/09/19
Oiteiro – Rio Tinto – 07/09/19
Lagoa de Praia – Rio Tinto – 07/09/19
Campina – Rio Tinto – 07/09/19
Praia do Amor – Conde – 30/09/19
Pedido de Investigação
Os
deputados federais Gervásio Maia (PSB-PB) e João Campos (PSB-PE),
protocolaram, na última terça-feira (8), na Procuradoria Geral da
República (PGR), um pedido de instauração de investigação penal, para
que possam verificar e punir os responsáveis pelo derramamento de óleo.
Eles também solicitaram o ajuizamento de uma ação cautelar contra a
União, através da Petrobras e do Ibama, para a imediata contratação de
agentes comunitários para realizar, com urgência, a limpeza de todos os
pontos atingidos pelo óleo cru.
Unidades de Conservação atingidas
São
12 as unidades federais de conservação atingidas pela poluição. O
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) registrou as áreas de
proteção ambiental Barra do Rio Mamanguape e a área de relevante
interesse ecológico manguezais da Foz do Rio Mamanguape, na Paraíba.
Confira quais são as áreas, de acordo com levantamento desta sexta (11):
Área de Proteção Ambiental Barra do Rio Mamanguape (PB)
Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais (PE)
Área de Proteção Ambiental Delta do Parnaíba (PI)
Área de Proteção Ambiental Piaçabuçu (AL)
Área de Relevante Interesse Ecológico manguezais da Foz do Rio Mamanguape (PB)
Parque Nacional Jericoacoara (CE)
Parque Nacional Lençóis Maranhenses (MA)
Reserva Biológica Santa Isabel (SE)
Reserva Extrativista Acaú-goiana (PB)
Reserva Extrativista Marinha Lagoa do Jequiá (AL)
Reserva Extrativista Prainha Canto Verde (CE)
Fonte: Rádio Tabajara - Publicado por: Ivyna Souto
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