Presidente Jair Bolsonaro pede união de países da América do Sul por Amazônia
Jair
Bolsonaro (PSL) discursou hoje (6) em reunião em Leticia, na Colômbia, e
pediu união dos chefes de Estado da América do Sul pela “soberania” dos
países da região amazônica. O presidente da República se pronunciou no
evento por meio de uma videoconferência, já que cancelou sua presença em
função da cirurgia abdominal marcada para depois de amanhã (8).
“A
Amazônia é nossa! É do Brasil, da Bolívia, da Colômbia, da Venezuela,
das Guianas, de todos nós. Só desta forma, com a nossa união, sem ceder a
qualquer tentação externa de deixar sob administração de terceiros a
nossa área, poderemos fazer com que nossas riquezas revertam em
benefícios e bem-estar para os nossos países”, afirmou.
Estão no
país vizinho os chefes de governo da Colômbia (Iván Duque) e do Peru
(Martín Vizcarra), que convocaram a cúpula, assim como os de Equador
(Lenín Moreno), Bolívia (Evo Morales) e o vice-presidente do Suriname
(Michael Ashwin Adhin). Trata-se de um encontro para debater a situação
da Amazônia.
Durante seu pronunciamento, Bolsonaro voltou a atacar
o presidente da França, Emmanuel Macron, e acusou, sem provas, os
governos anteriores do Brasil de serem responsáveis pela “região
amazônica ameaçada”. Além disso, usou o presidente boliviano Evo Morales
como exemplo em seu argumento contra as demarcações indígenas, que,
segundo ele, tratam estas pessoas “como se fossem pré-históricas”.
“Logicamente,
devemos evitá-las [as queimadas] o máximo possível, mas este furor
internacional para nada mais serviu a não ser para que um chefe como o
Macron atacasse o Brasil e colocasse em risco a nossa soberania. Por
mais de uma vez, ele disse que a soberania do Brasil sobre a Amazônia
estava em aberto. Entendo que isto também se aplica à soberania dos
países de vocês”, disse o presidente brasileiro.
“O
presidente da França se precipitou, mas um plano para tornar esta
grande área um patrimônio mundial ainda continua no tabuleiro do jogo.
No Brasil, começou há uns 30 ou 35 anos. Nós chamamos de ‘indústria de
demarcação de terras indígenas’. Governos de esquerda no Brasil,
socialistas que não acreditavam no capitalismo, detestavam a propriedade
privada e ignoravam a segurança jurídica. Fruto destes presidentes que
tivemos no Brasil, hoje temos, sim, a nossa região amazônica ameaçada”,
acusou.
“Por que não dizer desta forma? Estas enormes áreas indígenas que temos no Brasil… Eu me permito abrir um paralelo: temos na Bolívia um presidente [Evo Morales] que é um homem da terra, um homem das origens da Bolívia. Lá, o índio pode ser presidente sem problema nenhum, e nós não contestamos isso. Vemos isso como evolução dos povos, parabéns à Bolívia. Aqui no Brasil, o índio tem de ficar confinado em sua terra”, prosseguiu Bolsonaro.
“Deixo clara
uma coisa: 14% do território brasileiro já foi demarcado como terra
indígena. Tem muitas etnias que querem se integrar à sociedade. Algumasplantam e exercem outras atividades, mas ainda não são reconhecidas pelo parlamento. Há uma política que quer que estas pessoas permaneçam em suas terras como se fossem pré-históricas. O novo governo luta contra isto e não admite isto”, concluiu.
O
acordo entre os países amazônicos, que deve ser assinado hoje em
Leticia, busca comprometer estas nações em um plano comum de proteção da
floresta.
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