Municípios com maior número de queimadas tiveram as maiores taxas de desmatamento, diz pesquisa
Os
dez municípios que tiveram mais focos de incêndios florestais em 2019
também são os que tiveram as maiores taxas de desmatamento. Este é o
resultado de um estudo apresentado pelo Instituto de Pesquisa Ambiental
da Amazônia (IPAM) nesta semana.
Para isso, os cientistas avaliaram a relação entre:
Focos de incêndio, com base em dados de satélite;
Acumulado de chuvas, com base em um sistema com resolução de aproximadamente 5 km;
Desmatamento, com base no sistema SAD, do Imazon.
De
acordo com o novo relatório, a Amazônia está queimando mais em 2019. O
instituto diz que “o período seco, por si só, não explica este aumento”.
O número de focos de incêndio, para a maioria dos estados da Amazônia,
já é o maior dos últimos quatro anos.
Os dez municípios da região
amazônica que mais registraram queimadas representam 37% dos focos de
calor e 43% do desmatamento detectado até julho. Os registros são
maiores nos estados do Acre, Amazonas, Mato Grosso, Rondônia e Roraima.
10 municípios com mais focos
Município | Estado | Focos | Desmatamento (km²) |
Apuí | AM | 1754 | 151,0 |
Altamira | PA | 1630 | 297,3 |
Porto Velho | RO | 1570 | 183,5 |
Caracaraí | RR | 1379 | 16,0 |
São Félix do Xingu | PA | 1202 | 218,9 |
Novo Progresso | PA | 1170 | 67,8 |
Lábrea | AM | 1170 | 197,4 |
Colniza | MT | 869 | 82,4 |
Novo Aripuanã | AM | 665 | 122,3 |
Itaituba | PA | 611 | 67,8 |
Nesta
quinta-feira (22), o secretário-geral da Organização das Nações
Unidas (ONU), António Guterres, disse estar profundamente preocupado com
os incêndios florestais na floresta amazônica. Ele reforçou que não
podemos mais arcar com os danos para uma das maiores fontes de oxigênio e
biodiversidade.
A
presidente da Assembleia Geral da ONU, María Fernanda Espinosa, também
falou sobre o assunto. Ela citou incêndios florestais pelo mundo e
cobrou ações urgentes, dizendo que as florestas são cruciais para
enfrentar a mudança do clima.
Além
disso, a organização publicou um vídeo tratando especificamente das
queimadas e como elas afetam não só a flora e a fauna no local dos focos
de incêndio, mas também os efeitos que elas produzem na vida de pessoas
que vivem longe de onde elas acontecem.
Na segunda-feira (19),
o G1 mostrou que há uma alta de 82% nas queimadas em comparação com o
mesmo período do ano passado – entre janeiro e agosto. Metade dos focos
está localizada na Amazônia. Outros 30% no Cerrado.
Pelo mundo, a imprensa deu destaque para esse aumento em suas manchetes.
Fonte: G1
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